Recentemente, a Sociedade Endócrina, uma renomada entidade de endocrinologia internacional, revisou integralmente as diretrizes relacionadas à suplementação de vitamina D.
Este movimento emerge em resposta à popularização de seu uso, impulsionado principalmente pela pandemia de COVID-19, e visa esclarecer quando e para quem a suplementação é realmente benéfica.
Há décadas, a vitamina D é emblemática na prevenção do raquitismo infantil, mas seu papel foi ampliado e, muitas vezes, deturpado ao ser considerada uma panaceia universal.
Erros de interpretação quanto ao seu uso e a quem se destina levaram a Sociedade Endócrina a estabelecer diretrizes mais claras e fundamentadas cientificamente.
Por Que a Vitamina D Não é Universalmente Necessária?
Historicamente, a vitamina D, que é essencialmente um hormônio, foi catalogada como uma vitamina devido a um mal-entendido.
Sua síntese no organismo ocorre através da exposição solar, e ela é crucial no metabolismo do cálcio e na formação óssea.
Contudo, a suplementação indiscriminada ao longo dos anos mostrou-se inadequada e até perigosa entre adultos saudáveis.
O Que Mudou nas Novas Diretrizes?
Ao publicar as novas diretrizes, a Endocrine Society quis direcionar a suplementação para grupos específicos. Que realmente se beneficiam dela, como crianças, adolescentes, gestantes e idosos.
A intenção é evitar exageros e malefícios decorrentes do uso indiscriminado do suplemento.
Que Grupos Beneficiam-se da Vitamina D?
- Crianças e adolescentes: Evitam o raquitismo e fortalecem a formação óssea.
- Gestantes: Reduzem o risco de complicações durante a gravidez.
- Idosos acima de 75 anos: A suplementação diária ajuda a manter a integridade óssea.
- Pessoas com pré-diabetes: Podem prevenir o avanço para a diabetes tipo 2.
Para adultos saudáveis entre 19 e 74 anos, as diretrizes são claras: não há necessidade rotineira de suplementação. Nem mesmo de exames de dosagem, a menos que exista uma indicação médica.
Os Riscos do Uso Indiscriminado
O endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da USP de Ribeirão Preto, destaca o perigo de se adotar a vitamina D como um “cura-tudo” sem as devidas precauções.
Altas doses podem levar a efeitos adversos graves como intoxicações, pedras nos rins e até convulsões.
Portanto, as novas diretrizes não apenas refinam o entendimento sobre quem realmente necessita da suplementação de vitamina D. Mas também promovem um uso mais racional e seguro deste hormônio.
O emprego consciente e dirigido é o caminho para garantir os benefícios sem incorrer nos riscos.
É essencial que se adote um estilo de vida saudável, com exposição moderada ao sol, como parte de uma rotina diária. Evitando, dessa forma, dependências desnecessárias de suplementos e garantir um organismo equilibrado e saudável.