A confiança das famílias na economia brasileira está em queda, apesar dos indicadores de recuperação econômica. A persistente inflação de alimentos tem sido um dos principais fatores que minam a confiança, especialmente entre famílias de renda mais baixa.
Embora haja sinais positivos, como a melhora no mercado de trabalho, o impacto dos preços dos alimentos é significativo. Essa disparidade entre os indicadores econômicos oficiais e a realidade vivenciada pelas famílias tem gerado incerteza e redução na confiança no cenário econômico brasileiro.
Queda na Confiança dos Consumidores na Análise da ACSP
A confiança das famílias na economia brasileira e paulistas está em declínio, revelam duas pesquisas recentes da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em março, o Índice Nacional de Confiança (INC) caiu para 99 pontos, indicando um cenário pessimista, após atingir 102 pontos em fevereiro e 111 em novembro passado.
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O mesmo padrão de queda é observado no Estado de São Paulo, onde o Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP) diminuiu para 104 em março, ante os 107 pontos de fevereiro e os 112 de novembro de 2023. Esses índices, elaborados desde 2005 em parceria com a PiniOn, refletem a opinião de 1.711 famílias em todo o país e 817 em São Paulo.
De acordo com o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, a deterioração na percepção da situação financeira e a piora das expectativas em relação ao emprego e à renda são os principais motivos por trás da queda dos índices de confiança pelo quarto mês consecutivo.
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O Impacto da Inflação de Alimentos
Apesar dos indicadores positivos do mercado de trabalho e do aumento da renda das famílias, a confiança dos brasileiros, incluindo os paulistas, está em declínio. Mesmo com a taxa média de desemprego atingindo seu ponto mais baixo desde 2014, a confiança não se mantém alta.
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O economista Gamboa aponta que essa desconexão entre os dados oficiais e a percepção das famílias se deve principalmente à inflação de alimentos, que tem afetado diretamente o bolso dos consumidores.
Os preços dos alimentos aumentaram acima da inflação desde outubro do ano passado, com uma alta de 2,95% no acumulado de janeiro e fevereiro, mais que o dobro da alta geral do IPCA.
Além da inflação, outros fatores como os juros ainda elevados e o endividamento das famílias também contribuem para a perda de confiança. Para Gamboa, é a percepção das famílias, correta ou não, que está influenciando negativamente o nível de confiança. Sendo assim, tornando essencial o acompanhamento e a compreensão das expectativas dos consumidores para entender o cenário econômico atual.
Impacto da Inflação de Alimentos na Confiança das Famílias na Economia Brasileira
O economista Gamboa ressalta que a inflação dos alimentos está afetando o ânimo das famílias, como evidenciado pelos dados da ACSP, que revelam uma queda na confiança das classes C e DE, enquanto as famílias da classe AB registram aumento. Esse aumento nos preços dos alimentos tem um impacto mais significativo nas pessoas de renda mais baixa.
Essa redução generalizada da confiança reflete-se na disposição das famílias para adquirir bens de maior valor, como carros e casas, e em bens duráveis, enquanto a intenção de investir permanece estável. Embora não se preveja uma crise econômica iminente, as percepções das famílias tendem a ser mais pessimistas do que otimistas, conforme observado pelo economista da ACSP.
É importante acompanhar de perto as expectativas das famílias, pois elas fornecem insights valiosos sobre o panorama econômico atual. Dessa forma, ajudam a antecipar possíveis tendências no comportamento do consumidor e no mercado como um todo.
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