O sistema de saúde pública de São Paulo adotou uma nova medida que inclui a distribuição de canabidiol (CBD), especificamente para tratar três condições médicas graves. Essa iniciativa evidencia um significativo avanço no reconhecimento dos benefícios terapêuticos de derivados da cannabis, distanciando-se do uso recreativo e focando suas propriedades curativas.
Com o aumento de pesquisas e estudos científicos, a administração pública viu-se diante do potencial que o canabidiol possui no controle de doenças com difícil manejo pelos tratamentos convencionais. A posição do governo paulista em relação ao CBD e a inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) refletem mudanças significativas no tratamento de patologias complexas dentro do território brasileiro.
Qual a eficácia do canabidiol nesses tratamentos?
O canabidiol, substância extraída da cannabis, é conhecido por suas propriedades anticonvulsivas e analgésicas, fazendo dele uma opção promissora para pacientes com síndromes neurodegenerativas severas. O CBD foi aprovado pelo SUS para ser usado especificamente em pacientes com síndrome de Dravet, síndrome de Lennox-Gasteau e complexo da esclerose tuberosa, que são conhecidas por suas crises epilépticas intensas e frequentes.
Por que apenas essas três doenças estão cobertas pelo SUS?
As três condições para as quais o CBD foi aprovado representam casos em que outras medicações pouco ou nada eficazes se mostraram ao longo dos anos. Estudos intensivos demonstraram que o canabidiol pode reduzir significativamente a frequência e intensidade das convulsões em pacientes afetados por estas síndromes, justificando assim a sua inclusão no programa público de saúde.
O que diferencia o medicamento à base de canabidiol das drogas ilícitas?
Ao contrário do uso recreativo de cannabis, que geralmente envolve a ingestão de THC (tetrahidrocanabinol) – a substância psicoativa da planta –, o canabidiol utilizado para fins médicos é processado de forma que elimina quase totalmente qualquer traço de THC. Isso significa que os pacientes podem obter os benefícios terapêuticos sem os efeitos psicoativos associados ao uso recreativo da planta.
- Ação anticonvulsivante: O CBD modula os neurotransmissores envolvidos na transmissão de sinais nervosos, diminuindo a incidência de convulsões.
- Sem efeito psicoativo: Pacientes tratados com canabidiol não experimentam os altos níveis de euforia ou vício que são típicos do THC.
- Redução de medicamentos: Muitos pacientes conseguem reduzir a quantidade de outros medicamentos anticonvulsivos ao iniciar o tratamento com CBD, diminuindo assim os efeitos secundários adversos.
Esta inclusão do canabidiol no SUS para tratamento dessas condições não só traz esperança para muitas famílias, mas também destaca a importância de integrar alternativas terapêuticas comprovadamente eficazes no sistema de saúde pública, democratizando o acesso a tratamentos mais avançados e específicos. Com esta medida, São Paulo continua a ser um ponto de referência em inovação e cuidados de saúde no Brasil.