Nos últimos tempos, diversos bancos brasileiros optaram por limitar a oferta de crédito consignado a aposentados e pensionistas por meio de correspondentes bancários. Instituições como Itaú Unibanco, Banco Pan, Mercantil, BMG e Bradesco encerraram a concessão deste tipo de crédito por meio destes intermediários.
O principal motivo para essa restrição é o teto dos juros aplicados aos empréstimos consignados, que foi definido em 1,66% ao mês para empréstimos pessoais e 2,46% para cartões de crédito. Os bancos alegam que, com os custos de captação elevados, que ultrapassam 14% ao ano, a operação tornou-se economicamente inviável.
Como funciona o crédito consignado do INSS?
O crédito consignado direcionado a beneficiários do INSS permite a concessão de empréstimos com desconto direto no benefício. Este modelo de crédito é popular devido à segurança de pagamento que oferece tanto para o banco quanto para o cliente. O limite de comprometimento da renda mensal está fixado em 45%, distribuído entre empréstimos pessoais, cartões de crédito e benefícios específicos.
Essa modalidade oferece uma maneira relativamente fácil e segura para aposentados obterem crédito, com a facilidade dos pagamentos serem automaticamente descontados de seus benefícios mensais, reduzindo, assim, o risco de inadimplência.
Quais são as principais queixas das instituições financeiras?
Os bancos expressam preocupações sobre a viabilidade financeira devido ao teto dos juros estabelecido. A situação piorou com a elevação dos custos de captação. Isso torna menos atrativa a oferta de crédito consignado via correspondentes bancários, levando as instituições a priorizarem outros canais, como o atendimento direto em suas agências e plataformas digitais.
Vale destacar que a disputa sobre a definição do teto de juros levou a Associação Brasileira de Bancos a desafiar a medida no Supremo Tribunal Federal, argumentando que a competência para definir tais taxas pertence ao Conselho Monetário Nacional.
Quais alternativas os bancos estão oferecendo?
Embora muitas instituições tenham cortado o fornecimento de crédito consignado via correspondentes, algumas mantêm o produto disponível através de seus próprios canais. Por exemplo, o Itaú continua oferecendo empréstimos para clientes que já recebem seus benefícios no banco, mas com contratação feita diretamente em suas agências ou através de aplicativos.
Essa mudança no comportamento dos bancos reflete uma adaptação necessária às condições econômicas atuais e à regulamentação vigente, visando manter o equilíbrio financeiro enquanto continuam a atender seus clientes de maneiras alternativas.
Qual é o futuro do crédito consignado no Brasil?
O cenário atual sugere que as instituições financeiras estão em processo de avaliação e ajustes, considerando o impacto das políticas de juros no mercado. A continuidade das ofertas de crédito consignado dependerá de como os custos de captação se alinharão com os regulamentos de juros e da resposta do governo às preocupações levantadas pelo setor bancário.
Enquanto houver demanda por crédito acessível, é provável que os bancos procurem manter opções de empréstimo consignado viáveis através de canais que permitam maior controle sobre custos e riscos.
