De acordo com um estudo recente, chamado “Global Wealth Report 2024”, elaborado pela renomada instituição financeira UBS, é esperado um crescimento notável no número de milionários no Brasil nos próximos anos. Até 2028, o país deverá registrar um aumento de 22% nesse segmento exclusivo da população, um acréscimo de aproximadamente 83 mil pessoas cujos patrimônios líquidos são iguais ou superiores a US$ 1 milhão, algo em torno de R$ 5,43 milhões.
Essa elevação elevará o total de milionários brasileiros para cerca de 463,8 mil. O incremento na riqueza pessoal vem acompanhando um aumento de 375% na riqueza média per capita desde a crise financeira global de 2008. Apesar desses números impressionantes, o Brasil continua sendo um dos países com maior desigualdade de renda, ficando atrás apenas de nações como a Rússia e a África do Sul.
Por Que o Número de Milionários Está Aumentando no Brasil?

O documento do UBS aponta que a recuperação nos rendimentos globais após quedas significativas em anos anteriores, como 2022, teve papel vital nessa evolução patrimonial. Esse rebote foi intensamente influenciado pela valorização do dólar e pelo bom desempenho econômico de regiões como Europa, Oriente Médio e África. No contexto nacional, a melhora da economia brasileira após anos de instabilidade também teve um impacto significativo.
Qual o Impacto da Desigualdade de Renda nesse Cenário?
Apesar do aumento de milionários, o relatório ressalta uma preocupação significativa com a desigualdade de renda. No Brasil, os ganhos têm se concentrado de maneira desproporcional nas mãos de uma pequena parcela da população, o que acaba inflacionando os números gerais, confundindo a percepção sobre o avanço econômico real da maioria dos brasileiros. Tal desequilíbrio não é apenas um dilema moral, mas também tem repercussões práticas, limitando o poder de compra e a qualidade de vida da grande maioria da população.
Como a Disparidade Afeta a Economia Brasileira?
- Redução do poder de consumo da maior parte da população.
- Aumento da pressão sobre sistemas públicos como saúde e educação.
- Diminuição da mobilidade social, dificultando a redução da pobreza.
- Impactos negativos no ambiente de negócios e investimentos externos.
À medida que o Brasil avança para a próxima década, confrontando esses contrastes extremos entre ricos e pobres, se faz necessário não apenas celebrar o crescimento do número de milionários, mas também trabalhar arduamente para reduzir a desigualdade. As medidas devem envolver políticas públicas mais efetivas e um sistema tributário mais progressivo, que realinhe a concentração de renda de uma forma mais equitativa.
A realidade financeira de um país é sempre mais complexa do que parece. Enquanto alguns brindam o sucesso, muitos ainda lutam para ver o mesmo tipo de progresso em suas vidas diárias. Frente a isso, a análise ampla e crítica se faz essencial para criar um ambiente econômico mais inclusivo e justo para todos os brasileiros.