No decorrer de julho de 2024, a vida dos aposentados brasileiros enfrentou mudanças significativas após uma decisão inédita do Supremo Tribunal Federal (STF). A corte alterou as normas de cálculo para as aposentadorias dos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), especialmente impactando aqueles já integrados ao sistema antes da instauração do Plano Real, em 1994.
A revisão, conhecida como “Revisão da Vida Toda“, passou por uma importante transformação legislativa, redefinindo como as contribuições previdenciárias são calculadas para definir o montante final do benefício. Este julgamento entrará para a história como um marco nas políticas de previdência social no Brasil.
Qual foi a decisão do STF sobre a Revisão da Vida Toda?

Em um julgamento marcante, o STF decidiu, com uma maioria de 7 votos a 4, que a formulação generalizada para a aposentadoria seria adotada com base na média dos salários de contribuição a partir de 1994. Esta decisão afeta diretamente a fórmula anterior, que permitia o cálculo dos benefícios considerando todas as contribuições desde o início da carreira contributiva do trabalhador.
Impactos para diferentes grupos de aposentados
Entre os atingidos por essa nova regra, distinguem-se três categorias principais:
- Aposentados pré-1994: continuarão seguindo a regra 85/95, que calcula a aposentadoria com base na média dos 35 maiores salários de contribuição.
- Aposentados entre 1994 e 1999: Terão suas aposentadorias calculadas pela média de todos os salários de contribuição post-1994 até a data de aposentadoria.
- Aposentados após 1999: Serão regidos pela regra de pontos, que mescla tempo de contribuição e idade para definir o valor do benefício.
O que muda na prática com a nova decisão?
A principal mudança decorrente da decisão do STF é a exclusão de contribuições anteriores a 1994 no cálculo da média salarial para aposentadorias, o que pode diminuir o valor dos benefícios para muitos contribuintes que possuíam salários mais altos nas décadas anteriores. Especialistas apontam que essa medida pode gerar uma redução considerável na renda de muitos aposentados, necessitando de estratégias adicionais de subsistência.
Explicações de especialistas
A decisão do STF traz uma carga de justiça fiscal para novas gerações, mas também evidencia a necessidade de rever o sistema de maneira que não prejudique aqueles que contribuíram em períodos de alta inflação pré-Plano Real. Diversas entidades representativas já se mobilizam para pleitear modificações que possam suavizar impactos negativos dessa mudança legislativa.
Ainda é cedo para quantificar todos os impactos dessa decisão, mas sabe-se que mudará significativamente a forma como os brasileiros planejam sua aposentadoria. Persistem dúvidas e debates sobre como essas mudanças afetarão a vida financeira dos que contribuíram sob antigos regimes, sintetizando um cenário de incertezas e expectativas.