Tá calor por aí? Um artigo que saiu recentemente da Nasa destacou que algumas regiões do planeta — incluindo o Brasil — podem se tornar inabitáveis até 2070 por conta das altas temperaturas.
Mudanças climáticas ‘Quentes demais’
“Lugares quentes demais para se viver”, artigo publicado em 2022 pela Nasa após a mesma mapear em quais locais do planeta as mudanças climáticas terão maior impacto nos próximos 50 anos, destacando como elas “podem tornar alguns lugares quentes demais para se viver”.
Colin Raymond, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa e autor de um estudo de 2020 sobre calor e umidade extrema, observa que “os modelos climáticos nos dizem que certas regiões provavelmente excederão essas temperaturas [35ºC] nos próximos 30 a 50 anos”
Segundo o pesquisador, o Brasil está entre as regiões possivelmente afetadas. Além do nosso país, outros locais apontados por Raymond são sul e partes do sudeste da Ásia, o leste da China, o Golfo Pérsico e o Mar Vermelho.

Os EUA também não escapam, em pelo menos 50 anos, estados do centro-oeste do país, como Arkansas, Missouri e Iowa, possivelmente estarão também em uma situação crítica.
Temperatura de bulbo úmido
Os 35ºC em destaque na pesquisa dizem respeito à temperatura de bulbo úmido usada como padrão para medir o calor e a umidade — sobretudo em pesquisas climáticas globais de longo prazo. Segundo o pesquisador, essa é a temperatura de bulbo úmido mais alta que os humanos podem sobreviver quando expostos por até seis horas.
A temperatura de bulbo úmido é a temperatura a que um objeto pode estar aquecido quando a umidade evapora dele. Quanto mais baixa a temperatura de bulbo úmido, maior a chance de nos esfriarmos.
As temperaturas de bulbo úmido estão cada vez maiores por todo o mundo —e o clima da Terra começou a exceder esse limite dos 35ºC. Ou seja, quanto mais quente, mais tensão nossos corpos sentem, e mais precisamos suar para nos refrescar.
No entanto, a água evapora mais lentamente em condições úmidas, uma vez que o ar úmido tem menor capacidade de reter umidade adicional. Enquanto a temperatura do bulbo úmido for menor que a temperatura da pele, o corpo é capaz de liberar calor para o ambiente por meio de radiação e suor.
Porém, à medida que a temperatura do bulbo úmido fica mais próxima da temperatura interna do corpo, a capacidade de se resfriar é perdida — o que desencadeia mudanças no corpo com resultados que podem ser mortais.
Tecnologia
Por fim, diferentes ferramentas foram usadas no estudo para entender a capacidade de estresse devido ao calor. De acordo com a Nasa, dados de satélites ajudam a entender e estudar a temperatura e a umidade em detalhes de locais críticos no globo.
“Novas ferramentas também podem ajudar a fornecer os dados necessários para calcular uma métrica mais avançada de estresse por calor”, finaliza o artigo.