No fim da noite de segunda-feira, 29 de janeiro de 2024, a Executiva Nacional do PT divulgou uma nota pública sobre a reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela. Contrariando a postura do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o partido classificou as eleições no país vizinho como “pacíficas, democráticas e soberanas”.
Segundo o comunicado, o PT confia que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que apontou a vitória de Nicolás Maduro, tratará todos os recursos recebidos de forma respeitosa, conforme a Constituição da República Bolivariana da Venezuela. Ainda de acordo com a sigla, é essencial que Maduro continue o diálogo com a oposição para superar os problemas do país, que seriam consequências de sanções ilegais.
Vitória de Nicolás Maduro: como foi a apuração dos votos na Venezuela

O Conselho Nacional Eleitoral declarou Nicolás Maduro vencedor das eleições presidenciais na Venezuela com 51,2% dos votos. Seu principal adversário, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2%. A autoridade eleitoral, dominada pelo chavismo, estimou uma participação de 59% com 80% das atas examinadas, considerando a tendência como irreversível.
No entanto, a oposição contestou os resultados, apontando diversas irregularidades no processo de votação, como a retirada arbitrária de suas testemunhas dos centros de votação e problemas na transmissão dos resultados. Delsa Solórzano, representante da oposição junto ao CNE, relatou a remoção de testemunhas de suas assembleias e a recusa em transmitir os resultados das atas.
Maduro continuará o diálogo com a oposição?
O PT enfatizou em sua nota que é crucial que Nicolás Maduro continue o diálogo com a oposição. Essa medida é vista como necessária para enfrentar as graves dificuldades vividas pela Venezuela, em grande parte atribuídas às sanções impostas ao país. Segundo o partido, a vigilância será constante para assegurar que os problemas da América Latina e Caribe sejam resolvidos pelos povos da região, sem violência ou interferência externa.
Nicolás Maduro afirmou, em sua campanha, estar disposto a abrir canais de comunicação com a oposição e a comunidade internacional. Contudo, a credibilidade desta promessa é frequentemente questionada devido ao histórico de conflitos e repressões políticas em seu governo.
Brasil: postura em relação à reeleição de Maduro
Na manhã de segunda-feira, o governo brasileiro, através do Itamaraty, adotou uma postura mais cautelosa. Evitaram reconhecer explicitamente a vitória de Nicolás Maduro e destacaram a importância da transparência no processo de apuração. O governo brasileiro saudou o “caráter pacífico da jornada eleitoral” enquanto aguardava a publicação de dados detalhados pelo CNE para assegurar a legitimidade e credibilidade dos resultados.
O Itamaraty reafirmou o princípio da soberania popular e a necessidade de verificação imparcial dos resultados eleitorais, esperando a divulgação de dados desagregados por mesa de votação. Essa postura visa garantir um processo eleitoral mais transparente e justo.
O futuro da Venezuela sob o comando de Nicolás Maduro
Com a reeleição de Nicolás Maduro, a Venezuela enfrenta desafios significativos. O diálogo com a oposição é essencial para melhorar a crise econômica e social instalada no país. A governabilidade dependerá, em grande medida, da capacidade de Maduro em estabelecer um ambiente político mais inclusivo e transparente.
Os próximos anos serão cruciais para o país, que busca superar as dificuldades impostas pelas sanções internacionais e pela divisão interna profunda. A atenção estará voltada para como Maduro lidará com a oposição e se conseguirá implementar políticas eficazes para melhorar a qualidade de vida dos venezuelanos.
Em resumo, a reeleição de Nicolás Maduro trouxe à tona uma série de questões sobre a legitimidade do processo eleitoral e as futuras dinâmicas políticas na Venezuela. Resta saber se o país conseguirá encontrar um caminho de estabilidade e prosperidade nos próximos anos.