Em recente entrevista concedida ao portal UOL, o Presidente Lula compartilhou suas perspectivas e critérios para a escolha do comando do Banco Central (BC), destacando que o presidente deste órgão não é escolhido para atender as expectativas do mercado financeiro, mas sim para defender os interesses nacionais. “O mercado terá que se adaptar a isso”, enfatizou.
Esta posição surge em um contexto onde o nome de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária do BC, ganha notoriedade como possível sucessor de Roberto Campos Neto. Porém, Lula ressalva: “é um companheiro altamente preparado, conhece o sistema financeiro, mas ainda não estou pensando na questão do Banco Central”.
Qual a função do Banco Central no cenário econômico atual?
De acordo com o presidente, há uma crítica contínua à taxa de juros, especialmente em um cenário onde a inflação se mantém em 4%, enquanto a taxa básica de juros, a Selic, está em 10,50%. Lula questiona a necessidade dessa manutenção e sugere que uma estrutura mais adequada poderia ser desenvolvida para alinhar a política monetária com planos de crescimento do país.
Críticas às projeções de crescimento econômico
O presidente Lula também apontou sua insatisfação com as projeções de crescimento feitas por entidades especializadas, salientando que muitas vezes estas são pessimistas e não condizem com a real capacidade de crescimento do Brasil. Segundo ele, há uma tendência do mercado em “sempre precificar desgraças”.
Resposta do Setor Produtivo
Em sua fala, Lula mencionou que, ao invés de apenas criticarem o governo, entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) deveriam mobilizar-se contra a alta taxa de juros, organizando passeatas, por exemplo. Esta sugestão destaca o papel que o setor produtivo pode desempenhar na pressão por políticas econômicas mais favoráveis ao desenvolvimento.
A entrevista com o presidente reforça um período de expectativas e conjecturas a respeito da futura gestão do Banco Central, o papel da política econômica no crescimento do país e a interação entre o governo e o setor privado na construção de um ambiente económico mais próspero e equilibrado.