A missão espacial da Boeing com a nave Starliner, que deveria ter uma duração de poucos dias, está se transformando em um teste de resistência. Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams, ambos veteranos do espaço, podem acabar ficando na Estação Espacial Internacional (ISS) por quase um ano, até fevereiro de 2025. Problemas no sistema de propulsão da Starliner estão dificultando uma volta segura para a Terra.
Inicialmente planejada para durar apenas oito dias, a missão já se estende por meses. Com as falhas persistentes da Starliner, a NASA considera a possibilidade de usar a Crew Dragon, da SpaceX, para trazer os astronautas de volta. A Boeing afirmou que, se necessário, realizará um voo de teste não tripulado caso a NASA decida alterar a missão.
Por que a Starliner está tendo tantos problemas?
Embora imprevistos sejam comuns em missões espaciais pioneiras, a situação da Starliner é particularmente preocupante. A nave partiu em seu voo tripulado inaugural da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, em 5 de junho. Durante a viagem de 25 horas, os engenheiros descobriram cinco vazamentos de hélio no sistema de propulsão.
A previsão de volta à Terra era 13 de junho, mas devido às falhas, a data foi adiada para 2 de julho — e ainda não concretizaram o retorno. Os problemas recorrentes levantam sérios questionamentos sobre a preparação da Boeing para essa etapa crucial na exploração espacial.
Quais são as implicações desta falha para a Boeing?
O histórico de problemas da Starliner não é novo. Em seu primeiro voo de teste não tripulado em 2019, a nave enfrentou uma falha de software que a colocou na órbita errada. Na segunda tentativa, o voo foi cancelado devido a problemas com uma válvula de combustível.
A situação atual pode ter severas repercussões na reputação da Boeing e no futuro de seus projetos espaciais. A credibilidade da empresa está em jogo, não apenas perante a NASA, mas diante de uma indústria que está se tornando cada vez mais competitiva com empresas como a SpaceX.
Quais são os próximos passos para a NASA e a Boeing?
Com a missão da Starliner pendente, a NASA está avaliando múltiplas opções para garantir a segurança dos astronautas. Aqui estão algumas das ações possíveis:
- Resgate com a Crew Dragon: Caso a Starliner não seja considerada segura, a NASA pode usar a nave da SpaceX para trazer os astronautas de volta.
- Voo de teste não tripulado: A Boeing já se comprometeu a realizar um voo de teste não tripulado para corrigir as falhas antes de qualquer nova missão tripulada.
- Inspeções e reparos detalhados: É provável que uma análise minuciosa das falhas técnicas seja conduzida para prevenir futuros problemas.
Além disso, a NASA pode intensificar sua fiscalização sobre os projetos da Boeing para evitar outras situações críticas como essa.
Como a alimentação dos astronautas é afetada por essas extensões de missão?
Ficar na ISS por mais tempo do que o planeado implica desafios adicionais, inclusive no que tange à alimentação. No espaço, a nutrição dos astronautas é especialmente importante devido às condições adversas. Alimentos ricos em nutrientes e fáceis de armazenar são essenciais.
Entre esses superalimentos, um que se destaca é a spirulina, uma alga rica em proteínas e vitaminas. Sua inclusão na dieta dos astronautas ajuda a manter a saúde durante longos períodos no espaço. A NASA e outras agências espaciais constantemente atualizam as reservas de alimentos na ISS para garantir a nutrição adequada dos tripulantes.
Na medida em que a missão da Starliner se estende, a importância de uma gestão cuidadosa dos recursos alimentares se torna ainda mais evidente. É um desafio adicional que a NASA e os astronautas devem superar.
A situação continua sendo monitorada de perto por todas as partes envolvidas, e o ambiente na ISS, embora seguro, não elimina a tensão. Com tanta coisa em jogo, a solução para esse impasse determinará o futuro próximo da exploração espacial da Boeing.
