O Governo Federal se prepara para introduzir significativas alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC) a partir de 2025, conforme um projeto de lei a ser submetido ao Congresso Nacional em novembro. Garantindo um salário mínimo de R$ 1.412, o BPC atende a idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda. Entretanto, revisões têm sido propostas devido a possíveis irregularidades detectadas.
Estas mudanças buscam alinhar as regras do BPC às do Bolsa Família, aprimorando os critérios de adesão e permanência. Um dos objetivos principais é implementar cruzamentos mensais de dados, os quais visam aumentar a fiscalização e prevenir fraudes, uma prática atualmente não colocada em execução.
Quais são as implicações das mudanças no BPC em 2025?
As transformações propostas para o BPC trazem uma nova abordagem à fiscalização do benefício. Há críticas por parte de técnicos do governo quanto à ausência de revisões obrigatórias a cada dois anos para confirmar que os beneficiários atendem às exigências legais. A última revisão abrangente foi realizada entre 2008 e 2009, durante o segundo mandato de Lula, e a perspectiva é que a avaliação periódica seja retomada como prioridade.
A implementação de revisões regulares visa garantir a distribuição correta dos recursos, assegurando o foco nos beneficiários que realmente precisam do auxílio. A proposta de mudança, por consequência, reflete um esforço para evitar dispersões financeiras desnecessárias e potencializar soluções para fraudes.
Por que as reformas no BPC são necessárias em 2025?

A justificativa para as reformas do BPC está centrada no entendimento do governo sobre fraudes, atualmente estimadas em até 30% pela área econômica. Desde o segundo semestre de 2022, o crescente gasto com o BPC/Loas foi identificado como preocupante, e, portanto, vinculado à necessidade de medidas de controle.
Dados do INSS revelam que as despesas com o benefício totalizaram R$ 44,076 bilhões no primeiro semestre de 2024, um aumento de 19,8% em relação ao ano anterior. Além disso, as concessões aumentaram 40%, de 786 mil em 2023 para mais de 1,1 milhão até junho do ano seguinte. Recentemente, 400 mil beneficiários enfrentaram bloqueios em seus pagamentos por irregularidades no cadastro.
Como será o futuro do BPC diante das novas medidas?
O futuro do BPC dependerá do sucesso na implementação dessas revisões e estratégias de fiscalização. As mudanças visam não apenas manter a integridade do sistema, mas também garantir que o benefício seja concedido de forma justa e eficiente. Para tanto, é crucial que os beneficiários regularizem suas situações cadastrais e obedeçam aos critérios de renda estipulados.
Com a aplicação de novos regulamentos, espera-se que o BPC alcance um equilíbrio entre a assistência necessária aos beneficiários legítimos e a sustentabilidade financeira do programa, proporcionando um cenário mais estável e alinhado às demandas econômicas e sociais do país.