O Ministério da Previdência Social está avançando com uma auditoria abrangente nos registros de aproximadamente 800 mil beneficiários temporários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), anteriormente conhecidos como beneficiários do auxílio-doença. Este processo, que deverá ser concluído até o fim de 2024, foi anunciado pelo ministro da pasta, Carlos Lupi, em uma coletiva de imprensa realizada na segunda-feira, 29 de janeiro.
Segundo o ministro Lupi, a auditoria visa verificar se os beneficiários continuam atendendo aos requisitos necessários para a manutenção dos auxílios. “Estamos focando em benefícios temporários que não passam por uma verificação há mais de dois anos”, explicou Lupi. Ele destacou que muitos beneficiários não atualizam suas informações e continuam recebendo o auxílio mesmo estando empregados. “Através do Ministério da Previdência Social e da nossa perícia médica, estamos revisando entre 800 mil e 850 mil beneficiários temporários para confirmar se ainda possuem as condições de saúde que justificam o benefício”, acrescentou o ministro.
Revisão dos Benefícios Temporários do INSS

A iniciativa procura assegurar que os auxílios sejam concedidos apenas a quem realmente precisa, reduzindo a possibilidade de fraudes. A revisão se concentra em benefícios temporários que, segundo dados, não são atualizados há mais de dois anos. Ademais, a equipe de perícia médica do Ministério da Previdência Social está encarregada de revisar cada caso meticulosamente.
O que é o BPC e como ele é Revisado?
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é destinado a segurados do INSS com idade superior a 65 anos ou com deficiência, pertencentes a famílias de baixa renda. A declaração do ministro Lupi sobre a auditoria ocorreu depois de questionamentos sobre a recente revisão cadastral iniciada pelo governo federal, centrada neste benefício específico.
O Ministério do Desenvolvimento Social está atualizado os cadastros de beneficiários do BPC para criar um “retrato” mais preciso do benefício e evitar fraudes. De acordo com Lupi, “nosso grande desafio hoje é evitar fraudes. Muitas pessoas burlam a Previdência Social e o BPC Loas para obter benefícios indevidos”.
Quais Medidas Estão Sendo Adotadas para Combater as Fraudes?
Durante a conferência organizada pelo IBGE na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Lupi assinou um acordo de cooperação técnica com o presidente do IBGE, o economista Marcio Pochmann. Este acordo visa a geração de dados relacionados à seguridade social no Brasil, o que permitirá previsões mais precisas sobre a Previdência Social no futuro. “Precisamos de um retrato real do povo brasileiro”, afirmou Lupi.
- Conclusão da auditoria até o fim de 2024
- Validação dos requisitos de mais de 800 mil beneficiários
- Atualização do cadastro do BPC
- Acordo de cooperação técnica com o IBGE
A conferência do IBGE, que vai até sexta-feira, 2 de fevereiro, discute a “soberania nacional em geociências, estatísticas e dados”, abordando os riscos e oportunidades para o Brasil na era digital. O presidente da república reafirmou que não faltarão recursos para o IBGE realizar suas pesquisas, apesar de preocupações expressas anteriormente sobre restrições financeiras que ameaçavam os trabalhos do instituto.
O evento sublinha a necessidade do IBGE atuar como grande coordenador de estatísticas no país, integrando diversas bases de dados, incluindo registros administrativos de órgãos públicos. Para tanto, o instituto planeja a criação do Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados (Singed).
Em um cenário onde a precisão e a integridade dos dados são cruciais, essas medidas tomadas pelo Ministério da Previdência Social e pelo IBGE reforçam o compromisso do governo em garantir que os benefícios cheguem a quem realmente necessita, evitando fraudes e ineficiências.