A recente proposta de reforma tributária traz consigo debates intensos, especialmente no que tange à inclusão de carne na lista de produtos da cesta básica com alíquotas reduzidas.
Segundo declarações do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tal mudança poderia elevar a alíquota geral do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) em 0,53 pontos percentuais.
O ministro expôs esses valores após uma reunião com líderes partidários e o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, na véspera de uma votação crucial.
Este ajuste fiscal levanta questões notáveis sobre o equilíbrio entre desoneração fiscal de produtos essenciais e a necessidade de manutenção da receita tributária.
Qual seria o impacto financeiro da inclusão da carne na cesta básica?

O panorama atual e a possível mudança
De acordo com estudos da Receita Federal, a inclusão desse item essencial na cesta básica, isentando-o totalmente de impostos, causaria uma elevação de 26,5% para 27,03% na carga tributária geral do IVA.
Este incremento, embora pareça modesto, posicionaria o Brasil como detentor da maior alíquota de IVA globalmente. Superando até mesmo a Hungria, conhecida por suas altas taxações.
Por que a carne é tão significativa na reforma tributária e na cesta básica?
A carne, sendo um componente crucial da dieta brasileira, apresenta não só uma questão econômica, mas também social.
Fernando Haddad realça que, apesar de algumas pressões para a isenção total, a medida teria que ser balanceada com o aumento de impostos em outros produtos.
Ou, como proposto, com ajustes em benefícios direcionados como o cashback para famílias no CadÚnico.
As complicadas dinâmicas entre os interesses dos vários setores e a finalidade fiscal do governo desenham um cenário de negociações contínuas.
As decisões tomadas influenciarão diretamente os preços ao consumidor, acessibilidade a alimentos básicos e a própria estabilidade econômica do país.
Iniciativas alternativas para equilibrar a reforma tributária
- Cashback aumentado: Uma das propostas inclui elevar a devolução de impostos para pessoas inscritas no CadÚnico. Compensando a manutenção da carne na lista de produtos com alíquota reduzida.
- Exclusões e inclusões específicas: Outros debates giram em torno da exclusão de itens como armas e munições e a inclusão de carros elétricos no Imposto Seletivo, que incidiria sobre produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.
Essa reforma tributária, portanto, não é apenas uma questão de ajuste fiscal, mas também um reflexo das prioridades sociais e econômicas do Brasil.
As escolhas feitas agora repercutirão por toda a estrutura econômica do país, afetando todos os brasileiros de variadas formas. O futuro da alimentação básica e da saúde fiscal brasileira está, sem dúvida, em jogo.