A Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (FENASPS) protocolou, recentemente, embargos declaratórios no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A ação é uma resposta à decisão judicial que determinou a manutenção de 85% do efetivo do INSS durante a greve iniciada em 16 de julho de 2024.
A reivindicação central da Fenasps inclui a realização de concursos públicos e a melhoria das condições de trabalho. O sindicato argumenta que a decisão judicial foi baseada em premissas equivocadas e que houve falta de apreciação contraditória.
A Decisão Judicial e Seus Impactos no INSS

O INSS havia solicitado ao STJ a suspensão imediata da greve ou, alternativamente, que ao menos 85% dos servidores ficassem em atividade. A decisão judicial acabou acolhendo parcialmente o pedido, estipulando que 85% do efetivo deveria continuar trabalhando, sob pena de uma multa diária de R$ 500.000 em caso de descumprimento. Essa decisão gerou grande discussão e insatisfação entre os trabalhadores do INSS e os sindicatos.
Por que a Greve do INSS É Importante?
A greve dos servidores do INSS não é apenas uma paralisação comum; ela visa chamar a atenção para questões graves enfrentadas pelo órgão. Essas incluem:
- Falta de pessoal qualificado;
- Precárias condições de trabalho;
- Sucateamento da infraestrutura de informática;
- Deficiências nas condições gerais de atendimento.
Quais São as Consequências do Sucateamento do INSS?
Segundo dados da Fenasps, entre janeiro de 2023 e abril de 2024, o sistema de dados do INSS ficou fora do ar por mais de dois meses. Isso resultou em um atendimento extremamente prejudicado à população, causando um caos no processamento de benefícios e muitos transtornos para os cidadãos que dependem deste serviço.
Argumentos do Sindicato
A assessoria jurídica da Fenasps argumenta que o caos no atendimento e o bloqueio de benefícios não podem ser atribuídos diretamente à greve. A verdadeira raiz do problema seria o sucateamento crônico do INSS, algo que vem se arrastando há anos devido à falta de novos concursos e à falha no sistema de dados da instituição.
A entidade também contesta a alegação do INSS de que funções críticas, como a segurança cibernética, foram paralisadas pela greve, alegando que essas funções são responsabilidade da Dataprev.
A Polícia Cibernética Durante a Greve
Outro ponto de debate é a alegação de que a greve estaria paralisando funções críticas como a segurança cibernética do sistema do INSS. A Fenasps refuta esta acusação, argumentando que essas atividades são de responsabilidade da Dataprev, não estando, portanto, vinculadas aos servidores que aderiram à greve.
Pedidos de Concurso Público
Um dos principais pontos da pauta de reivindicações é a realização de concursos públicos para suprir a defasagem de pessoal. Atualmente, cerca de 15.000 servidores ativos realizam o trabalho que deveria ser feito por mais de 45.000, levando muitos ao adoecimento devido à sobrecarga de trabalho.
Documentação Oficial
A Fenasps também rebateu a acusação de que não respondeu às propostas do governo, apresentando documentos que comprovam o envio de ofícios em 19 de julho de 2024 aos órgãos competentes. Segundo a federação, houve diversas tentativas de negociação, mas as propostas não foram adequadamente consideradas.
Essa situação revela um cenário complexo e multifacetado que vai muito além de uma simples greve, envolvendo questões estruturais que afetam diretamente os servidores e, consequentemente, toda a população que depende dos serviços do INSS.
Para os interessados no tema, o desenvolvimento desta situação será decisivo para o futuro do INSS e dos seus servidores.