Em meio a um crescimento exponencial do empréstimo consignado, é imperativo discutir sua segurança e sustentabilidade. Esta forma de crédito, que parece benéfica à primeira vista, vem com nuances que necessitam de análise cuidadosa. A expansão de 562% em 12 anos neste segmento sinaliza a importância crescente deste produto financeiro na vida dos brasileiros, particularmente entre aposentados e pensionistas.
Conhecido por suas taxas de juros mais acessíveis, o empréstimo consignado tem as parcelas debitadas diretamente do salário ou benefício, o que reduz o risco de inadimplência e, consequentemente, permite juros menores. No entanto, mesmo com vantagens aparentes, os riscos envolvidos são significativos, em especial para quem não possui um planejamento financeiro sólido.
Fuja das armadilhas do empréstimo consignado – Freepik Imagem
Qual é a realidade preocupante por trás do empréstimo consignado?
A premissa do empréstimo consignado é simples: acessibilidade a crédito com juros menores. Entretanto, a realidade é que muitos acabam comprometendo uma parte considerável de sua renda, limitando sua capacidade financeira a longo prazo. Isto é particularmente problemático para aposentados e pensionistas que dependem exclusivamente de seus benefícios.
Como as mudanças nas políticas afetaram os empréstimos consignados recentemente?
Ano passado, com a inclusão dos beneficiários do Auxílio Brasil no rol de elegíveis para o empréstimo consignado, as preocupações se intensificaram. Os juros para esses novos candidatos eram significativamente mais altos, criando um ciclo de dívida para uma parcela da população já vulnerável economicamente. Esses fatores destacam as armadilhas potenciais que os consumidores enfrentam ao optar por essa modalidade.
Dicas para evitar cair em armadilhas de empréstimos consignados
- Analisar a necessidade real do crédito e considerar alternativas que possam oferecer flexibilidade sem comprometer a renda futura.
- Planejamento financeiro consistente para entender a capacidade de endividamento sem comprometer outras necessidades essenciais.
- Comparar taxas de juros oferecidas por diferentes instituições, não se limitando à oferta inicial que parece mais conveniente.
Além disso, a defesa do consumidor necessita de um papel ativo dos reguladores para garantir práticas justas de crédito e prevenção de fraudes. Medidas implementadas pelo Banco Central, como a restrição de oferta nos primeiros seis meses de aposentadoria e requerimento de mais documentações, são passos na direção certa, porém ainda insuficientes para a magnitude dos desafios observados.
Como sociedade, o compromisso com a educação financeira continua a ser a nossa melhor ferramenta contra as adversidades desse sistema. Somente com conhecimento e preparo adequado podemos esperar transcender as dificuldades impostas por soluções de crédito que, embora atraentes, podem ser duplamente cortantes.