A recente aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado de um projeto de lei que visa legalizar os jogos de azar no Brasil, incluindo cassinos, bingos e o tradicional jogo do bicho, marca um possível ponto de virada para o setor de entretenimento e turismo do país. Com um placar apertado de 14 votos a favor e 12 contra, a proposta agora se encaminha para o plenário, onde será discutida e votada pelos senadores.
O projeto de lei não só promete reformular o cenário do jogo no Brasil, mas também introduzir normas regulatórias rígidas através da criação de uma agência especificamente responsável por este segmento. Além disso, contempla a legalização de apostas em corridas de cavalos, ampliando assim as opções de entretenimento disponíveis ao público brasileiro.
Quais mudanças trará a legalização dos jogos no Brasil?

A proposta apresentada no Senado vai além de apenas permitir a operação de cassinos e bingos em território nacional. Ela sugere a instalação dessas casas de jogo em áreas estratégicas, principalmente zonas de grande fluxo turístico e complexos de lazer. Isso não só potencializará o turismo como poderá se tornar um grande gerador de emprego e renda.
O que dizem os parlamentares sobre a proposta?
O relator do projeto, senador Irajá (PSD-TO), destacou durante a votação na CCJ a importância desta medida para a economia do país. Segundo ele, a legalização dos jogos tem o potencial de atrair investimentos estrangeiros significativos, além de contribuir para a diversificação das atividades turísticas brasileiras.
Qual a postura dos grupos contrários ao projeto?
A aprovação na CCJ foi apenas uma etapa para a proposta que ainda promete enfrentar forte resistência. Grupos ligados a correntes conservadoras, especialmente a bancada evangélica, têm se posicionado rigorosamente contra a legalização. No entanto, após a polêmica sobre outros projetos e mudança de cenário político, a resistência destes grupos mostra sinais de enfraquecimento.
Em contrapartida, partidos do Centrão e representantes da base do governo apoiaram a medida, vendo-a como uma alternativa viável para compensar financeiramente determinadas políticas de desoneração fiscal. Entretanto, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), já sinalizou que os benefícios econômicos dos jogos legalizados deverão ser percebidos a médio e longo prazo, descartando a ideia de que a arrecadação emergente da iniciativa seria um remédio imediato para os desafios fiscais atuais.
Ainda há um longo caminho até que os dados das roletas e o tilintar das máquinas de bingo se tornem uma realidade em todo o Brasil. No entanto, a aprovação deste projeto pelo Senado poderia, de fato, abrir um novo capítulo para o mercado de entretenimento nacional e a dinâmica econômica relacionada ao turismo.