Recentemente, o filme “Grande Sertão”, inspirado na renomada obra de Guimarães Rosa e na peça de teatro de Bia Lessa, estreou nas telonas, prometendo uma nova visão do clássico literário ambientado num futuro apocalíptico. Neste novo contexto, a periferia do sertão é retratada como uma área de conflito intenso, narrado pelos olhos de Riobaldo, anteriormente professor e agora guerreiro, vivido por Caio Blat. Infelizmente, apesar do potencial criativo, a execução do filme levanta questionamentos fundamentais sobre sua capacidade de envolver o público.
O filme, dirigido por Guel Arraes, tenta transmitir as camadas complexas do texto original, enquanto inova ao ambientar a história em um cenário distópico. Entretanto, problemas na direção e no script tornam essa versão cinematográfica menos impactante que esperado. A obra é marcada por uma mistura pouco harmônica de atuações teatrais e estratégias de filmagem que não convergem para um resultado coeso.
Qual a principal falha de “Grande Sertão” na adaptação para o cinema?

O cerne da falha de “Grande Sertão” parece residir no dilema de transportar uma obra originalmente dramática e profunda para um formato visualmente dominante. A direção de Arraes foi muitas vezes criticada por não conseguir distanciar-se de elementos teatrais excessivos que não se traduzem bem na linguagem cinematográfica. Isso resulta em atuações exageradas e uma narrativa que muitas vezes parece desconectada das emoções que pretende evocar.
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Como “Grande Sertão” aborda seu futuro distópico?
A proposta futurista desse “Grande Sertão” tinha potencial para uma análise intensa sobre os eternos conflitos humanos, agora sob a égide de uma sociedade em colapso. A violência e a luta pela sobrevivência são pintadas em tons sombrios na película, mas a execução falha ao não integrar devidamente as ações dos personagens com o ambiente desolador apresentado, tornando difícil para os espectadores a completa imersão na urgência e gravidade da trama.
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Atuações e direção: Poderiam ser melhores?
- Riobaldo – Caio Blat reprisa seu papel da peça teatral, mas sua performance, embora intensa, muitas vezes parece deslocada, perdendo a sutileza necessária para a tela grande.
- Diadorim – Luisa Arraes, sob direção de seu próprio pai, esforça-se por conferir profundidade à sua personagem, mas não consegue transmitir a complexidade necessária para entendermos suas motivações e conflitos internos.
- Hermógenes – Eduardo Sterblitch oferece um vilão que peca pela caricatura, não instilando o medo ou respeitabilidade que deveria provocar.
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O filme “Grande Sertão” enfrenta uma luta constante entre honrar o texto magistral de Guimarães Rosa e adaptá-lo num formato que ressoe com um público contemporâneo e diversificado. O resultado é uma obra que, embora visualmente atraente, falha em capturar a essência da narrativa original, deixando uma sensação de oportunidade perdida. Talvez futuras adaptações possam, com uma abordagem diferente, capturar melhor o espírito de “Grande Sertão: Veredas”.
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Apesar das boas intenções e da visão ambiciosa, “Grande Sertão” acaba por ser um exemplo de como a adaptação literária para o cinema pode falhar quando a execução não está à altura do material fonte. Resta aos admiradores da obra esperar que novas interpretações possam, um dia, fazer justiça ao imortal texto de Guimarães Rosa.
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