As eleições parlamentares francesas estão vibrantes e imprevisíveis este ano.
No primeiro turno, realizado hoje, Marine Le Pen e seu partido, o Reunião Nacional (RN), surgiram inesperadamente como os mais votados. Acumulando 34% dos votos, de acordo com as pesquisas.
Esse resultado colocou o partido à frente de importantes coalizões, incluindo a do presidente Emmanuel Macron.
A segunda posição ficou com a coalizão de esquerda, que deteve 28,1% dos votos, ao passo que o bloco de centro, diretamente associado a Macron, apareceu em terceiro lugar com 20% dos votos.
Este cenário sugere mudanças significativas no quadro político francês, com impactos potenciais na governabilidade do país.
Qual o impacto de uma liderança de extrema direita no parlamento francês?
A possibilidade do RN assumir a maioria traz consequências profundas.
Em primeiro lugar, é importante destacar que o sistema político semipresidencialista da França divide poderes entre o presidente e o primeiro-ministro.
Nesse sentido, caso seja do partido dominante no parlamento, pode divergir do presidente, resultando em uma “coabitação”.
Historicamente, isso dificulta a execução de políticas presidenciais, dando mais poder ao Parlamento e ao primeiro-ministro.
Entenda a dinâmica dos turnos eleitorais na política francesa
As eleições parlamentares francesas ocorrem em dois turnos, permitindo uma refinada escolha dos representantes.
Se nenhum partido obtiver mais de 50% dos votos no primeiro turno, uma segunda votação é necessária.
O segundo turno deste ano está agendado para 7 de julho, prometendo ser um momento decisivo na história político-social do país.
Os próximos passos para os principais candidatos
Após o primeiro turno, Macron apelou por uma aliança ampla, incluindo “candidatos republicanos e democráticos” para fortalecer suas chances no segundo turno.
Por outro lado, Marine Le Pen convocou os eleitores a concederem uma maioria absoluta ao RN para implementar mudanças substanciais na governança do país.
- Jean-Luc Melanchon, líder da França Insubmissa e parte da coalizão de esquerda, indicou a possibilidade de retirar seus candidatos, mostrando apoio à visão de centro em caso de derrota no primeiro turno.
- O atual primeiro-ministro, Gabriel Attal, um aliado de Macron, poderá ser substituído por Jordan Bardella, da RN, caso este partido reafirme sua liderança no segundo turno.
O cenário de alta participação
No dia das eleições, até às 17h (horário local), 59% dos eleitores já haviam ido às urnas, marcando a maior participação em quatro décadas.
Este alto índice de votação destaca o engajamento dos franceses nas questões políticas, possibilitando uma representatividade mais autêntica e direcionada ao urgente apelo por mudanças significativas, tanto a nível local quanto internacional.
À medida que a França se aproxima do segundo turno, a ponderação sobre o impacto de um governo conduzido pela extrema direita e das possíveis coalizões torna-se o foco.
Estas eleições não apenas definirão o futuro imediato do país, mas também sinalizarão as dinâmicas de poder nas futuras políticas internas e externas da França.