Em Goiânia, um caso envolvendo uma mulher grávida com coxoartrose, condição que compromete as articulações, chamou a atenção após o benefício do INSS ter sido negado. A paciente, que trabalhava como balconista de farmácia, ficou afastada desde 2021 por conta da doença. Mesmo com recomendações médicas para usar cadeira de rodas e evitar atividades que exijam esforço físico, a negativa do INSS gerou polêmica e questionamentos em torno da avaliação médica. O caso exemplifica os desafios enfrentados por pessoas com doenças crônicas ao solicitar benefícios de seguro por incapacidade. A mulher alega ter sido tratada de maneira desrespeitosa durante a avaliação pericial, onde o médico afirmou que a deficiência não a impediu de engravidar, sugerindo que suas limitações seriam menores do que o declarado.
Por que o benefício foi negado?
A questão central da negativa do benefício baseia-se na avaliação pericial realizada pelo INSS. Segundo o perito, não haveria comprovação de incapacidade laboral que justificasse a continuidade do auxílio-doença. O médico relatou que a presença dela em todas as perícias com uma cadeira de rodas não era essencial, sugerindo que uma bengala seria suficiente para sua locomoção. Além disso, a gravidez foi mencionada como um ponto que, supostamente, indicaria que suas limitações articulares não são absolutas.
Quais são as alternativas para contestar a decisão do INSS?
Para usuários que discordam das conclusões periciais do INSS, há alternativas. O Ministério da Previdência Social oferece um canal para recursos, disponível no aplicativo Meu INSS. Este canal permite solicitar uma nova avaliação médica. Além disso, se existir qualquer indício de desrespeito ou maus-tratos durante o processo, há um caminho formal para denúncias, encaminhadas ao Comitê de Ética para análise. Este procedimento visa garantir que todas as queixas sejam devidamente investigadas e que as decisões sejam justas e baseadas em critérios técnicos predefinidos.
Como a condição de saúde influencia na gravidez?
Estar grávida enquanto lida com uma condição ortopédica como a coxoartrose pode ser desafiador. Médicos muitas vezes recomendam evitar esforços físicos durante a gestação, especificamente para não exacerbar as dores e limitações existentes. No caso dessa paciente, a gravidez intensificou sua condição, aumentando a sobrecarga na região do quadril. Esse problema não só causa desconforto, mas também limita atividades diárias básicas, justificando o uso de cadeira de rodas, especialmente em deslocamentos longos necessários para perícias médicas.
Que medidas estão sendo tomadas para tratamento futuro?
O plano de tratamento para a coxoartrose da paciente inclui a previsão de uma cirurgia ortopédica no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi. Atualmente, ela está na posição de número 42 na fila de espera. As autoridades de saúde de Goiás indicaram que a fila é dinâmica, com prioridade dada de acordo com a gravidade e o tempo de inserção na lista. Se houver uma piora na condição, é recomendado que a paciente busque uma reavaliação para possível encaminhamento a unidades de saúde especializadas.
Enquanto aguarda o procedimento cirúrgico, orientações médicas recomendam o uso moderado de suas articulações, sublinhando a importância de um cuidado continuado e de suporte não apenas físico, mas também emocional devido à complexidade de sua condição de saúde durante a gravidez.