O economista VanDyck Silveira compartilhou suas análises sobre o impacto da decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM) de manter a taxa Selic inalterada. O debate, mediado por Paula Moraes, trouxe à tona importantes considerações sobre os rumos da economia brasileira.
O consenso entre os diretores do Banco Central de não alterar os juros destacou-se como uma medida estratégica para preservar a estabilidade econômica do país. A frente deste cenário, Silveira pontua a relevância dessa escolha e os desdobramentos esperados para os próximos anos, especialmente no que tange ao crescimento econômico e controle inflacionário.
O que significa a manutenção da Taxa Selic para o Brasil?
Segundo Silveira, a decisão de manter a taxa Selic em dois dígitos é fundamental dada a instabilidade fiscal que o país atravessa. Elementos como o ambiente econômico global e a política fiscal interna foram cruciais para esta escolha. Esta ação é vista, sobretudo, como um esforço para reconquistar a credibilidade do Banco Central, que enfrentou períodos de desconfiança devido às suas ligações políticas prévias.
Como a Unidade do Banco Central Influencia a Economia?

A unidade observada entre os integrantes do Banco Central, na decisão sobre a taxa de juros, representa um passo importante para recuperar a confiança dos mercados. Essa coesão é essencial para dar firmeza às políticas monetárias e, por consequência, garantir uma economia mais estável a médio e longo prazo.
Previsões para 2025: Taxa Selic Ainda Alta?
Sobre o futuro, Silveira foi categórico ao prever que as taxas de juros deverão se manter elevadas, acima de 10%, até 2025. Existe uma possibilidade de leve declínio para 10,25%, caso o cenário econômico apresente melhoras significativas. No entanto, o economista reforça que reduções para valores abaixo de 10% parecem pouco prováveis no momento atual.
Impacto da Taxa Selic a Longo Prazo
O efeito das políticas monetárias sobre a economia pode levar até um ano e meio para ser completamente percebido. Silveira enfatiza a importância de uma comunicação clara por parte do Banco Central sobre as metas de inflação para 2024, a fim de ancorar as expectativas do mercado e evitar incertezas que possam prejudicar ainda mais o cenário econômico.
O Dilema Fiscal do Governo
As questões fiscais ocupam uma posição central nos debates sobre economia no Brasil. O economista criticou a abordagem do governo em tratar certos gastos como investimentos, uma prática que, segundo ele, não ajuda na gestão fiscal responsável. Para Silveira, é imperativo que o governo adote uma postura mais rigorosa no controle fiscal para permitir uma futura redução das taxas de juros, criando assim um ambiente mais propício para o crescimento econômico.
VanDyck Silveira reiterou que a estabilidade das taxas de juros, embora possa desacelerar o crescimento econômico no curto prazo, é essencial para manter o controle da inflação e assegurar um desenvolvimento mais sustentável para o Brasil em longo prazo.