A taxa de desocupação no Brasil, popularmente conhecida como taxa de desemprego, foi de 6,8% no trimestre encerrado em julho de 2024. Este valor representa uma redução significativa comparada ao período de fevereiro a abril de 2024, quando a taxa era de 7,5%. Em relação ao mesmo período de 2023, a queda foi ainda mais expressiva, saindo de 7,9% para os atuais 6,8%.
Esses números, divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), marcam o menor índice para um trimestre findo em julho desde o início da série histórica da Pnad Contínua, que teve início em 2012. A taxa de subutilização também apresentou uma redução importante, passando de 17,4% para 16,2% em comparação ao trimestre anterior e de 17,7% em relação a 2023.
Redução no Desemprego: O que Significa para o Brasil?
De acordo com os dados da Pnad, o número de brasileiros desocupados está em torno de 7,4 milhões, representando uma redução de 9,5% (menos 783 mil pessoas) no trimestre e de 12,8% (1,1 milhão a menos) no ano. Este é o menor contingente de desocupados desde janeiro de 2015, o que indica uma melhoria notável no mercado de trabalho brasileiro.
Além disso, o número de pessoas ocupadas atingiu um novo recorde, chegando a 102 milhões. Este crescimento representa aumentos de 1,2% (1,2 milhão de pessoas) no trimestre e 2,7% (2,7 milhões) em comparação ao ano anterior. Esses números refletem um crescimento econômico saudável e a geração de novas oportunidades de emprego no país.
Como a População Subutilizada e Subocupada no Brasil Tem Diminuído?
A população subutilizada, que inclui desocupados, subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e força de trabalho potencial, totalizou 18,7 milhões de pessoas. Isso reflete uma redução de 6,9% (1,4 milhão a menos) no trimestre e 7,8% (1,6 milhão a menos) no ano. O número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas foi de 5 milhões, uma diminuição de 4,1% (212 mil pessoas a menos) no trimestre e estabilidade anual.
Paralelamente, a população fora da força de trabalho permaneceu estável em 66,7 milhões, enquanto a população desalentada, que é a que desistiu de procurar emprego, chegou a 3,2 milhões. Este é o menor nível desde junho de 2016, mostrando uma redução de 7% (242 mil pessoas a menos) no trimestre e 12,2% (447 mil pessoas a menos) no ano.
O Setor Privado e a Geração de Empregos
O número de empregados no setor privado também alcançou novos patamares. Com 52,5 milhões de empregados, esse número representa aumentos de 1,4% (731 mil pessoas a mais) no trimestre e 4,5% (2,2 milhões de pessoas a mais) no ano. Dentro desse grupo, o número de empregados com carteira assinada chegou a 38,5 milhões (um recorde histórico), com crescimentos de 0,9% (353 mil pessoas a mais) no trimestre e 4,2% (1,5 milhão de pessoas a mais) no ano.
Para os empregados sem carteira assinada, registrou-se 13,9 milhões de pessoas. O aumento foi de 2,8% (378 mil pessoas a mais) no trimestre e 5,2% (689 mil pessoas a mais) no ano. A taxa de informalidade se manteve estável em 38,7% da população ocupada em comparação ao trimestre encerrado em abril e caiu ligeiramente em relação ao mesmo trimestre de 2023 (39,2%).
Como o Rendimento Real Habitual Influencia a Economia?
O rendimento real habitual, ou seja, o salário real médio, foi de R$ 3.206. Este valor permaneceu estável no trimestre, mas cresceu 4,8% no ano. A massa de rendimento real habitual foi de R$ 322,4 bilhões, refletindo um aumento de 1,9% (R$ 6 bilhões a mais) no trimestre e de 7,9% (R$ 27,5 bilhões a mais) no ano.
A força de trabalho, que inclui pessoas empregadas e desempregadas, chegou a 109,5 milhões no trimestre de maio a julho de 2024, apresentando um crescimento de 0,4% (444 mil pessoas a mais) em comparação ao trimestre anterior e de 1,5% (1,6 milhão de pessoas a mais) ao ano.
Crescimento por Setores de Atividade
Quando se analisa o crescimento por setores de atividade, o comércio e a reparação de veículos automotores e motocicletas apresentaram aumento de 1,9%, com 368 mil pessoas a mais no mercado. A administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais também cresceram 3,2%, correspondendo a 584 mil pessoas a mais.
- Construção: aumento de 4,7% (338 mil pessoas a mais)
- Transporte, Armazenagem e Correio: crescimento de 6,6% (352 mil pessoas a mais)
- Informação, Comunicação e Atividades Financeiras: 5,6% (682 mil pessoas a mais)
Por outro lado, setores como agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura registraram uma redução de 4,4%, equivalente a 365 mil pessoas a menos.
Aumento no Rendimento Médio Mensal Real
No setor da construção, o rendimento médio mensal real aumentou 2,9% em comparação ao trimestre de fevereiro a abril de 2024. Em relação ao mesmo trimestre de 2023, a indústria gerou um aumento de 6,7% no rendimento médio mensal.
- Indústria: aumento de 6,7% (R$ 196 a mais)
- Comércio: aumento de 4,7% (R$ 120 a mais)
- Transporte: crescimento de 5,8% (R$ 163 a mais)
- Serviços Sociais: 5,4% (R$ 229 a mais)
Comparado ao trimestre de maio a julho de 2023, os salários médios dos funcionários com carteira assinada cresceram 3,5%, trabalhadores sem carteira assinada aumentaram 6,9%, empregados no setor público subiram 4,1% e conta-própria subiu 6,9%.
Esses dados refletem uma recuperação robusta da economia brasileira, com impactos positivos tanto na geração de emprego quanto na renda dos trabalhadores.