Neste texto você vai entender por que a Receita Federal vai adotar o CNPJ alfanumérico, o que muda e o que sua empresa precisa fazer antes de julho de 2026.
O que é o CNPJ alfanumérico?
O CNPJ alfanumérico é o mesmo registro de sempre, com 14 posições, mas agora podendo misturar letras (A–Z) e números em posições específicas. A mudança amplia as combinações possíveis sem alterar o tamanho do campo.
Quando começa?
A emissão com letras começa de forma gradual em julho de 2026. O formato numérico atual continuará válido para todos os CNPJs já emitidos.
Quem receberá CNPJ com letras?
Apenas novas inscrições feitas a partir da data de início, por exemplo:
- empresas recém-criadas;
- novas filiais;
- profissionais liberais que solicitarem CNPJ após o início;
- produtores rurais, condomínios e outras pessoas jurídicas constituídas depois da adoção.
Microempreendedores individuais (MEI) que se inscreverem após a data também estarão sujeitos ao novo formato e devem acompanhar outras mudanças recentes que afetam o regime, como ajustes em limites e regras para MEI (notícias sobre mudanças no limite do MEI). Se sua empresa já tem CNPJ, não precisa trocar.
O procedimento de inscrição muda?
Não. O processo de pedido segue igual; a diferença é que o número gerado pode incluir letras. A REDESIM deve estar integrada para suportar o novo formato.
O que empresas e fornecedores de software precisam fazer?
Prepare sistemas que usam CNPJ: ERPs, emissão de NF-e, bancos de dados, relatórios e validações. Recomendações práticas:
- Solicitar ao fornecedor compatibilidade com CNPJ alfanumérico;
- Testar atualizações em ambiente de homologação;
- Atualizar rotinas de validação e relatórios;
- Guardar e aplicar as rotinas oficiais que a Receita publicar.
Além disso, revise integrações bancárias e contas empresariais digitais, já que cláusulas de formato podem afetar cobranças e conciliações — avalie como sua conta PJ digital trata novos padrões (opções de contas PJ digitais). A Receita promete liberar exemplos de código e rotinas para facilitar a adaptação.
Custo da mudança
Haverá custos técnicos pontuais: atualizações de software, ajustes em bancos de dados e testes. Pequenas empresas podem depender do fornecedor; empresas maiores provavelmente precisarão alocar equipes ou contratar serviços de TI. Se houver impacto financeiro ou necessidade de renegociação por dívidas contraídas, verifique opções de parcelamento e programas para MEI e empresas do Simples (possíveis condições de renegociação).
O Dígito Verificador (DV) muda?
O método continua sendo o Módulo 11, mas adaptado para caracteres alfanuméricos. Cada caractere será convertido em número via tabela ASCII menos 48 (ex.: A = 65 → 17). A Receita publicará rotinas prontas em linguagens populares.
Exemplo prático
Se você abre uma padaria, pode receber um CNPJ como 12A34567000189. Seu sistema de vendas e emissão de nota fiscal precisa aceitar esse formato; caso contrário, haverá rejeição no momento da emissão.
Checklist rápido (faça já)
- Fale com seu contador.
- Confirme com o fornecedor do software a compatibilidade.
- Teste em homologação antes de julho de 2026.
- Baixe e aplique as rotinas que a Receita liberar.
- Regularize pendências que possam impedir atualizações ou integrações, se for o caso, pois empresas no Simples têm recebido notificações para regularização (orientações sobre regularização de débitos do Simples).
Mais detalhes técnicos para o time de TI
A Receita deve publicar:
- calendário de adoção por atividade;
- rotinas de validação do DV em várias linguagens;
- orientações para integração com REDESIM.
Peça esses materiais assim que saírem e comece os testes. Equipes que lidam com regimes especiais e migrações também devem revisar procedimentos para casos como a transição de MEI para microempresa, quando aplicável (procedimentos de migração de MEI para microempresa).
Conclusão
A partir de julho de 2026 a Receita Federal começa a emitir o CNPJ alfanumérico — sempre com 14 caracteres e apenas para novas inscrições. Quem já tem CNPJ não precisa alterar nada, mas é essencial atualizar sistemas que leem ou validam CNPJ para aceitar letras e aplicar a nova conversão do DV. Antecipe-se: planeje, teste e peça as rotinas oficiais.
Perguntas rápidas (FAQ)
- O CNPJ antigo perde validade?
Não. Todos os CNPJs numéricos continuam válidos. - Minha empresa precisa trocar o CNPJ?
Não. Apenas novas inscrições ganharão letras. - O que acontece se um sistema não aceitar letras?
A falha será do sistema. Atualize ou peça correção ao fornecedor; problemas de adaptação de sistemas e processos fiscais têm sido tema de orientação a empresas (leia sobre desafios de adaptação a mudanças fiscais). - Onde encontro rotinas para validação do DV?
A Receita Federal publicará códigos e orientações; mantenha contato com seu fornecedor e com a REDESIM. Caso precise renegociar custos ou dívidas para viabilizar as atualizações, informe-se sobre programas de parcelamento e condições especiais para MEI e empresas do Simples (opções de renegociação para MEI com dívidas).