O Oriente Médio está em alerta após a morte de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, em um ataque que o Irã atribui a Israel. O evento intensificou a tensão na região e pode atrasar as negociações de paz em Gaza, que já estavam em andamento. O líder supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, declarou que é um “dever de Teerã” vingar a morte de Haniyeh.
Ismail Haniyeh foi morto após um ataque israelense a um comandante do grupo Hezbollah no Líbano, lançando a culpa diretamente sobre Israel. Em resposta, o Irã anunciou três dias de luto e o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, prometeu defender “a integridade territorial e dignidade” de seu país.
Possível Escalada de Conflito no Oriente Médio

Frank Gardner, correspondente de segurança da BBC, afirmou que este incidente pode ser um estopim para um conflito mais amplo. Na última vez que o Irã prometeu vingança, houve uma série de ataques com mísseis e drones contra Israel, seguidos de uma resposta contundente.
A história recente está repleta de exemplos onde os ataques de retaliação resultaram em tensões elevadas, incluindo o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani em 2020 e o ataque aéreo americano contra a Líbia em 1986, ambos culminando em respostas significativas, mas não em uma guerra completa.
Como o Irã Pode Retaliar?
Kasra Naji, da BBC Persa, levantou preocupações sobre a natureza da resposta do Irã. A retaliação pode incluir ataques diretos ou uma intensificação das ações de milícias regionais como o Hezbollah. Esta escalada poderia resultar em uma guerra mais ampla, algo que ninguém deseja no momento.
Historicamente, nem todos os ataques levaram a escaladas. A resposta do Irã à morte de Haniyeh é imprevisível, o que gera incerteza sobre os futuros desdobramentos no Oriente Médio.
Impacto nas Negociações de Paz em Gaza
A morte de Haniyeh é um golpe significativo para as negociações de paz entre Israel e o Hamas. Rushdi Abualouf, correspondente da BBC em Gaza, acredita que o Hamas agora se concentrará em encontrar um novo líder, o que pode complicar e atrasar o progresso das conversas de cessar-fogo.
Paul Adams, correspondente diplomático da BBC, avalia que a participação de Haniyeh nas negociações, mediadas por Catar, EUA e Egito, era crucial. Sem ele, a dinâmica dessas conversas mudará significativamente, talvez exigindo a intervenção de novos atores para manter o diálogo.
Qual será o Futuro das Negociações?
- Qatar: o país, que tem desempenhado um papel mediador, enfatizou que a morte de Haniyeh complica ainda mais as negociações.
- Egito: descreveu o ataque como uma demonstração da falta de vontade política de Israel para desescalar o conflito.
- Turquia: acusou Benjamin Netanyahu de não buscar a paz e criticou a postura israelense.
Funeral e Legado de Haniyeh
O funeral de Haniyeh será realizado em Teerã nesta quinta-feira, seguido por uma cerimônia final em Doha, no Catar, onde ele viveu nos últimos anos. Haniyeh, aos 62 anos, é o líder mais sênior morto desde os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro, que resultaram em 1.200 mortes.
A resposta de Israel foi devastadora, resultando em 39.400 mortes na Faixa de Gaza segundo o ministério da saúde do Hamas. Esta nova onda de violência sublinha a necessidade urgente de uma solução pacífica, apesar das atuais adversidades.
Em momentos como este, é essencial que a comunidade internacional redobre seus esforços para promover um diálogo sincero e encontrar caminhos para a paz duradoura na região. A morte de Haniyeh pode ser um ponto de inflexão, e a maneira como os líderes globais responderem a isso determinará o futuro do Oriente Médio.