Nos últimos tempos, um tópico bastante discutido nas esferas econômicas do país é a revisão das políticas de abono salarial e seguro-desemprego. O governo brasileiro está avaliando mudanças estratégicas nessas políticas com a meta de zerar o déficit público até 2025. Essa iniciativa requer ajustes profundos nos atuais padrões de gastos.
Desde 2009, as despesas associadas a esses dois benefícios essenciais quase triplicaram. Segundo o Tesouro Nacional, os gastos saltaram de R$ 26,9 bilhões para R$ 72,9 bilhões em 2023. Portanto, tais benefícios são estudados cuidadosamente, sobretudo em um momento que pede cortes significativos nos orçamentos.
Por que o Governo Pretende Alterar o Seguro-Desemprego e o Abono Salarial?

O crescimento constante destes gastos, financiados com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que atualmente enfrenta déficits, tornou-se uma grande preocupação para a gestão fiscal nacional. Estima-se que os aportes do Tesouro ao FAT possam chegar a até R$ 10 bilhões em 2025, o que acendeu o sinal de alerta na equipe econômica do governo para possíveis desvinculações desses benefícios do salário mínimo.
Quais são as Principais Propostas em Estudo?
As propostas debatidas incluem mudanças na formulação do reajuste desses benefícios, uma decisão que poderia resultar em economias significativas. A ideia é reintroduzir reajustes que não acompanhem integralmente o salário mínimo, com revisões baseadas parcialmente na evolução econômica do país. Essa estratégia pretende manter um acréscimo real acima da inflação, suavizando possíveis ressalvas e descontentamentos.
Impacto das Mudanças Anteriores e Perspectivas Futuras
- Em 2015, sob o governo de Dilma Rousseff, já haviam sido implementadas mudanças nos critérios de elegibilidade para o seguro-desemprego e no pagamento do abono salarial, passando a ser proporcional ao tempo de serviço.
- Essas medidas tiveram impacto na contenção dos gastos, mas recentemente, com a valorização do salário mínimo, os custos voltaram a subir.
Como o mercado de trabalho brasileiro possui alta rotatividade, sobretudo em setores como a construção civil, a agropecuária e os serviços, estas mudanças podem ter ampla repercussão financeira. Um ponto importante: qualquer incremento de R$ 1 no salário mínimo representa um adicional de R$ 12,4 milhões na despesa anual com o seguro-desemprego e R$ 20,4 milhões com o abono salarial.
Outras Consequências Possíveis
Alterações nas regras de abono salarial e seguro-desemprego podem também aumentar as tensões no contexto de greves e reivindicações sociais, como exemplificado pelas recentes greves do INSS, as quais impactam diretamente a disponibilidade e regularidade dos pagamentos destes benefícios.
Entender de forma compreensível essas propostas e mudanças é essencial para prever suas possíveis consequências econômicas e sociais, garantindo assim um debate mais amplo e profundamente informado sobre essas críticas deliberações fiscais.