Na última quarta-feira, uma importante categoria profissional decidiu interromper suas atividades. Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começaram uma greve que promete impactar diversos serviços essenciais oferecidos pelo órgão. O motivo central da paralisação é a falta de um consenso sobre o reajuste salarial, após negociações não frutíferas com o governo federal.
A greve afeta tanto os funcionários que trabalham nas agências de maneira presencial quanto aqueles que realizam suas funções de maneira remota, através do home office. Isso foi confirmado pelo Sindicato dos Trabalheiros do Seguro Social e Previdência Social no estado de São Paulo (SINSSP), que também apontou a participação de servidores em home office no movimento grevista.
Quais Serviços do INSS São Afetados pela Greve?

De acordo com o SINSSP, a expectativa é que a greve perturbe principalmente a análise e a concessão de benefícios previdenciários essenciais, como aposentadorias, pensões e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Além disso, estão previstas interrupções nos atendimentos presenciais — com exceção das perícias médicas — e nas análises de recursos e revisões.
Impacto da Greve nas Operações do INSS
O movimento grevista vem em um momento delicado, justamente quando o INSS planejava iniciar uma operação pente-fino nos auxílios temporários. Esta revisão tinha como objetivo a economia de aproximadamente R$ 26 bilhões em despesas obrigatórias, conforme anunciado pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, na semana anterior à greve.
Até o momento, a instituição conta com cerca de 19 mil servidores ativos. Destes, aproximadamente 15 mil são técnicos, que lidam diretamente com quase a totalidade dos serviços do INSS, e 4 mil são analistas. Estima-se que cerca de 50% destes funcionários estejam em regime de trabalho remoto, o que reflete a adesão significativa à greve, mesmo à distância.
Demanda dos Servidores do INSS
Em assembleia virtual, os servidores do INSS estabeleceram pontos cruciais para suas reivindicações. Eles solicitam que o cargo de técnico do seguro social seja considerado uma carreira típica de Estado, argumentando que isso refletiria a relevância e a complexidade de suas responsabilidades. Além disso, pedem investimentos em tecnologia e melhores condições de trabalho, que incluem a reestruturação de sua carreira.
O governo ainda não apresentou uma resposta concreta que satisfizesse as demandas dos servidores, o que acabou por catalisar esta atual paralisação nacional. Enquanto isso, o INSS destaca que os usuários dos serviços não ficarão completamente desassistidos, ressaltando a disponibilidade do aplicativo Meu INSS e da Central de Atendimento 135 para a realização de mais de 100 serviços diferentes.
Esta greve, portanto, coloca em evidência não apenas questões salariais, mas também aspectos relacionados à estrutura e reconhecimento da carreira de segurança social no Brasil, promovendo um amplo debate sobre a valorização destes profissionais essenciais ao funcionamento do sistema previdenciário do país.