O mundo está preocupado com o avanço da mpox – zoonose causada pelo vírus MPXV, do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Para enfrentar essa ameaça, o Ministério da Saúde do Brasil está agindo de forma proativa, monitorando a doença por meio do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) e coordenando ações de compra de vacinas.
Segundo o Ministério da Saúde, está em negociação a aquisição emergencial de 25 mil doses da vacina Jynneos. A medida é crucial, mas especialistas enfatizam a capacidade do Brasil de desenvolver sua própria vacina contra mpox.
A Importância da Vacina Jynneos no Controle da MPox

De acordo com o infectologista Hemerson Luz, o Brasil possui um parque industrial e científico capaz de produzir vacinas eficazes. No entanto, ele destaca que o desenvolvimento de uma vacina é um processo extenso que pode durar anos, passando por fases pré-clínicas e clínicas.
Mesmo assim, há outras formas de controle. Segundo o infectologista Francisco Job, a vacina contra varíola, já aplicada na população, apresenta uma eficácia de 85% contra mpox. “Podemos usar essa vacina no controle inicial e em grupos de risco,” explica Job.
Estamos Preparados para uma Epidemia de MPox?
O surgimento de casos suspeitos de mpox no Brasil é motivo de alerta, mas não de pânico. Francisco Job assegura que o sistema de saúde estruturado do país é capaz de vacinar a população, se necessário.
Desde a erradicação da varíola, o Brasil nunca parou de estudar a doença. “Estamos em uma emergência de saúde pública porque os casos estão crescendo rapidamente na África, especialmente no Congo,” comenta Job, destacando a necessidade de vacinar áreas com maior incidência de casos.
Quais as Medidas do Brasil no Combate à MPox?
Para ampliar a proteção, a fabricante da vacina Jynneos, Bavarian Nordic, solicitou à Agência Europeia de Medicamentos (EMA) autorização para aplicação em adolescentes. Atualmente, essa vacina é indicada apenas para pessoas com 18 anos ou mais.
Apesar das preocupações, Hemerson Luz reforça que a vacinação em massa não é necessária no momento. “Devemos focar em vacinar os grupos de risco e as pessoas mais vulneráveis,” diz Luz.
Desde a primeira emergência global por mpox em 2023, a Anvisa autorizou o uso emergencial da Jynneos. Mais de 29 mil doses foram aplicadas no país desde então, e há uma sólida infraestrutura de laboratórios realizando exames diagnósticos.
Estatísticas e Casos de MPox no Brasil
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou 12.215 casos confirmados ou prováveis de mpox desde o surto em 2022. A maioria dos casos (91,3%) são pacientes do sexo masculino, com 70% entre 19 e 39 anos. O país também contabilizou 16 óbitos, todos homens entre 26 e 35 anos.
Em 2024, foram confirmados 696 casos, com 85,9% dos pacientes do sexo masculino e a maioria entre 30 e 39 anos. Além disso, houve 49 hospitalizações e cinco internações em UTI este ano.
Principais ações de combate à MPox no Brasil:
- Compra emergencial de 25 mil doses da vacina Jynneos
- Monitoramento contínuo pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde
- Capacitação de laboratórios para diagnóstico em todo o país
- Enfoque na vacinação de grupos de risco e indivíduos vulneráveis
O Brasil continua seus esforços para controlar a mpox com uma combinação de medidas preventivas e intervenções médicas. A aquisição de vacinas, aliada ao monitoramento constante e ao foco em grupos de risco, é a estratégia mais eficaz neste momento. A vigilância e a capacidade científica do país são fatores decisivos para manter a doença sob controle e evitar uma epidemia mais ampla.