Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram funcionários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) reclamando de corte no salário por participação em greve. Manifestantes comparam a decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Isso é vergonhoso. Nem o Bolsonaro teve coragem de fazer isso”, diz uma mulher. “Não votei no Lula para cortar meu salário! Que governo do amor é esse?”, questiona outra.
Representantes da Fenasps (Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), do Comando Nacional de Greve e outros militantes ocuparam na quarta e na quinta-feira (4 e 5 de setembro de 2024) o gabinete do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, em Brasília.

Por Que os Funcionários do INSS Entraram em Greve?
A greve dos funcionários do INSS começou em 16 de julho de 2024. Uma semana depois, em 23 de julho, a Previdência Social abriu uma ação no STJ (Superior Tribunal na Justiça) para tornar o movimento ilegal.
A presidente do tribunal, ministra Maria Thereza de Assis Moura, determinou que as agências do INSS funcionassem durante a paralisação com 85% do efetivo, sob pena de multa diária de R$ 500 mil às entidades sindicais que coordenam o movimento.
Quais São as Reivindicações dos Funcionários do INSS?
Os manifestantes apresentam uma série de reivindicações para a melhoria das condições de trabalho e da carreira. Entre os principais pontos exigidos pelos trabalhadores estão:
- Recomposição das perdas salariais;
- Reestruturação das carreiras;
- Cumprimento do Acordo de Greve de 2022;
- Reconhecimento da carreira do Seguro Social como típica de Estado;
- Nível superior para ingresso de técnico do Seguro Social;
- Incorporação de gratificações;
- Jornada de trabalho de 30 horas para todos;
- Revogação de normas que determinaram o fim do teletrabalho;
- Estabelecimento de programa de gestão de desempenho;
- Melhores condições de trabalho e direitos do trabalho para todos;
- Fim do assédio moral institucional;
- Reestruturação dos serviços previdenciários
Como o Governo Está Respondendo à Greve do INSS?
O governo ainda não chegou a um acordo satisfatório com os funcionários do INSS, e o corte de salário para aqueles que participam da greve tem sido uma das principais queixas dos manifestantes. A política de corte de pagamento foi vista como uma medida drástica e, segundo os grevistas, uma forma de desmobilizar o movimento.
Além disso, a decisão de manter 85% do efetivo trabalhando durante a greve, sob pena de altas multas, impôs uma grande pressão sobre os sindicatos e os próprios trabalhadores. A medida foi criticada por muitos, que a veem como uma tentativa de minar a força do movimento.
Quais são as Perspectivas para a Resolução do Conflito?
Enquanto a greve continua, a situação permanece delicada. Os representantes sindicais estão buscando novas formas de negociação e tentativas de diálogo com o governo. Por outro lado, os grevistas estão determinados a continuar a luta por direitos e condições melhores de trabalho.
Para aqueles que dependem dos serviços do INSS, a greve tem causado transtornos significativos, levando o instituto a orientar os segurados a utilizar os serviços digitais sempre que possível durante esse período de paralisação.
A população acompanha de perto os desdobramentos dessa greve, ansiosa por uma resolução que atenda às necessidades dos trabalhadores e não interrompa excessivamente os serviços prestados pelo INSS.