A CPMI do INSS protocolou requerimentos para convocar Tânia Carvalho e Romeu Antunes — esposa e filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” — para prestarem depoimento sobre transações suspeitas envolvendo um imóvel de R$ 3,3 milhões em área nobre de Brasília. O pedido inclui quebra de sigilo bancário e fiscal de Tânia Carvalho.
O caso e a convocação
Após a ausência de Antunes no depoimento da CPMI, protocolou-se a convocação de sua esposa e filho. Os requerimentos foram registrados e devem ser votados ainda na semana do dia 15. A comissão busca esclarecer a origem dos recursos e possíveis ligações entre as movimentações financeiras e o esquema investigado.
Quem é Antônio Carlos Camilo Antunes?
Antônio Carlos Camilo Antunes, apelidado de “Careca do INSS”, é apontado como principal operador de um esquema que teria desviado cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas. Ele foi preso na Operação Sem Desconto da Polícia Federal; outro preso foi o empresário Maurício Camisotti. O advogado Nelson Willians também foi alvo, com bens apreendidos. A atuação da corporação e os desdobramentos foram retratados em reportagens sobre a atuação da Polícia Federal no caso relacionadas à desarticulação do esquema.
Por que querem ouvir Tânia Carvalho e Romeu Antunes?
Segundo o vice-presidente da comissão, deputado Duarte Jr (PSB-MA), Tânia e Romeu aparecem em várias movimentações suspeitas, incluindo a compra em dinheiro vivo do imóvel de R$ 3,3 milhões. A CPMI argumenta que os depoimentos, combinados com quebras de sigilo, podem revelar a origem dos valores e confirmar se houve participação direta nas operações — uma linha de investigação que conecta-se a outras apurações, como as relatadas pela Operação Recupera.
O que a CPMI pretende obter com os depoimentos
A comissão busca elementos objetivos, como:
- relacionar movimentações financeiras ao esquema investigado;
- identificar quem autorizou ou participou de compras em dinheiro vivo;
- confrontar versões apresentadas por Antunes e aliados.
Internamente, há expectativa de que essas informações reforcem provas contra Antunes e aumentem a pressão política, inclusive sobre decisões do STF, especialmente a atuação do ministro André Mendonça no caso. Questões sobre o envio de inquéritos e menções a políticos já chegaram ao STF, tema tratado em reportagem sobre pedidos de encaminhamento ao tribunal relacionada ao envio de inquéritos ao STF.
Como foi a ausência de Antunes
Antunes havia confirmado presença, mas recuou horas antes do depoimento. Recebeu do ministro André Mendonça a prerrogativa de comparecer apenas se quisesse, o que impediu sua obrigatoriedade. A comissão interpretou isso como uma manobra para evitar exposição e passou a buscar depoimentos de terceiros, como sua esposa e filho.
O que já ocorreu na esfera policial
A Operação Sem Desconto identificou saques, transferências e pagamentos que teriam desviado recursos de beneficiários do INSS, totalizando o montante apontado de R$ 6,3 bilhões. A Polícia Federal prendeu Antunes e Camisotti e apreendeu bens de envolvidos, reforçando a urgência das investigações. Reportagens sobre novas denúncias e os impactos gerados pela investigação também têm trazido informações sobre o alcance do esquema relacionadas às denúncias recentes.
Próximos passos e calendário
- Votação dos requerimentos: prevista para a semana do dia 15; se aprovados, abrirão as quebras de sigilo;
- Depoimento de Maurício Camisotti: agendado para quinta-feira, 18;
- Convocações de Tânia e Romeu: sem data definida até a votação dos requerimentos.
Com acesso a extratos e declarações fiscais, a CPMI poderá traçar o roteiro do dinheiro e cruzar informações com provas obtidas pela PF.
Impactos possíveis no processo
Se Tânia e Romeu confirmarem irregularidades:
- a CPMI terá subsídios para pedir medidas mais duras;
- a pressão sobre Antunes poderá levar o STF a revisar autorizações de participação nas sessões.
Se negarem, a comissão seguirá confrontando versões com documentos e provas policiais — cada depoimento é uma peça do quebra‑cabeça.
Por que isso importa para você
Esquemas que atingem o INSS afetam aposentados, pensionistas e familiares que dependem dessas rendas. As decisões da CPMI e da PF podem influenciar medidas de reparação e prevenção para proteger beneficiários do INSS. Informações sobre iniciativas de ressarcimento e reembolso já foram divulgadas e são relevantes para quem foi afetado; veja publicações sobre os procedimentos de reembolso e prazos estabelecidos sobre os reembolsos e sobre decisões do STF relativas ao ressarcimento.
O que observar nas próximas semanas
- Resultado da votação sobre quebras de sigilo;
- Depoimento de Camisotti e eventual convocação de Tânia e Romeu;
- Mudanças na autorização do ministro André Mendonça;
- Novas medidas para proteger beneficiários do INSS.
Para acompanhar a cobertura completa, consulte também: https://istoe.com.br/sem-careca-do-inss-comissao-quer-convocar-esposa-e-filho-para-prestar-depoimento.
Conclusão
A CPMI procura ouvir Tânia Carvalho e Romeu Antunes, pedir quebras de sigilo e usar depoimentos para apontar responsabilidades no esquema que teria desviado R$ 6,3 bilhões de beneficiários do INSS. A investigação na esfera policial e parlamentar ainda está em curso; cada voto, quebra de sigilo e depoimento pode abrir novas frentes ou consolidar evidências contra os envolvidos. Acompanhe votações, depoimentos e decisões do STF para entender como o caso evolui e como isso pode afetar quem depende do INSS.
Perguntas frequentes
- Quem será convocado pela CPMI?
- Tânia Carvalho (esposa) e Romeu Antunes (filho) de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”.
- Por que eles estão sendo chamados?
- A CPMI aponta movimentações suspeitas relacionadas à compra de um imóvel de R$ 3,3 milhões e outras transferências financeiras.
- Quando vão depor?
- Os requerimentos foram protocolados e devem ser votados na semana do dia 15; as datas dos depoimentos dependem da aprovação.
- O que mais a comissão pediu além da convocação?
- Quebra de sigilo bancário e fiscal de Tânia Carvalho para investigar transações.
- Se não comparecerem, o que acontece?
- A comissão pode aprovar medidas coercitivas e usar o material obtido para aumentar a pressão política e investigativa sobre os envolvidos.