A Câmara dos Deputados anunciou na recente data de 12 de junho a aprovação do pedido de urgência para o tramitar do polêmico Projeto de Lei 1904/24, que trata sobre o aborto.
Este projeto promove a igualdade legal entre abortos realizados após as 22 semanas de gestação e o crime de homicídio. Propondo, dessa forma, um aumento significativo da penalidade de 10 para 20 anos de prisão.
A proposta gerou um rico debate entre os legisladores, expondo uma profunda divisão de opiniões. De um lado, as discussões enfatizam a proteção da vida, enquanto de outro, apontam para um possível retrocesso nos direitos reprodutivos das mulheres.
O que dizem os defensores e os críticos do PL 1904/24?

Sâmia Bomfim (PSOL-SP), contrária ao projeto, denominou-o “PL da Gravidez Infantil”. De acordo com ela, a proposta favorece a revitimização de mulheres e meninas, deixando de focar adequadamente na punição de crimes como estupro.
Em plena sessão, ela e outros oposicionistas, como Tarcísio Motta (PSOL-RJ), criticaram a atitude de líderes da Câmara, tais como Arthur Lira (PP-AL), pela rápida promoção do projeto.
Onde os opositores encontram falhas no projeto do aborto?
Do outro lado da discussão, deputados como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carla Zambelli (PL-SP) se colocam como destacados apoiantes do projeto, visualizando-o como um avanço na proteção à vida no país.
Ferreira enfatiza que o PL 1904/24 é um “passo essencial na proteção à vida”, marcando sua posição como um defensor dos direitos dos mais vulneráveis.
Consequências potenciais do PL 1904/24 no panorama legal brasileiro
A aprovação do pedido de urgência para o Projeto de Lei sugere que ele será discutido e, possivelmente, votado em breve, o que incita debates fervorosos tanto no Congresso quanto na sociedade civil.
Atualmente, as leis brasileiras permitem o aborto em casos de estupro, risco de vida para a mulher ou anencefalia do feto. A nova proposta de acordo com seus críticos, poderia resultar em um arcaico retrocesso nos direitos e liberdades pessoais das mulheres brasileiras.
Estamos diante de uma encruzilhada entre a proteção da vida fetal e os direitos das mulheres à escolha. As repercussões deste projeto, caso aprovado, redefinirão esses aspectos na sociedade brasileira, marcando um novo capítulo nos debates sobre direitos reprodutivos no país.
Ainda não está claro como as próximas sessões da Câmara conduzirão esta que é, sem dúvida, uma das questões mais divisivas e delicadas na agenda política atual.