O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu recentemente derrubar a tese que permitia a chamada revisão da vida toda. Este julgamento, que ocorreu no plenário virtual da Corte, teve votos inseridos no sistema eletrônico do Supremo até o dia 30 de agosto de 2024.
A revisão da vida toda permitia aos aposentados solicitar um novo cálculo no valor do benefício, incluindo salários anteriores a julho de 1994. Esta opção era considerada mais favorável para muitos segurados, mas agora, com a nova decisão, não será mais possível adotar esta regra.
STF e Revisão da Vida Toda
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Os recursos apresentados alegavam que era possível conciliar a constitucionalidade da lei com a escolha de uma regra alternativa, promovendo assim a revisão da vida toda. No entanto, em seu voto, o relator do caso, Nunes Marques, foi contrário a esses recursos.
Segundo o ministro, ainda não se esgotaram todas as chances de recursos no julgamento que permitiu a revisão da vida toda em 2022. Ele argumentou que a nova decisão do plenário apenas reestabelece “a compreensão manifestada desde o ano 2000” pelo próprio STF.
O que Significa a Decisão do STF?
De acordo com Nunes Marques, o novo entendimento “supera” a tese da revisão da vida toda. Com isso, o STF passou a obrigar a aplicação da regra de transição para todos os segurados que contribuíam antes de 1999, sem exceções. Este entendimento é visto como um retorno à normatividade anterior à decisão de 2022.
Quais as Regras Atuais do INSS Após a Decisão?
Com a decisão do STF, as regras para os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ficaram assim estabelecidas:
- Quem era segurado do INSS antes de 1999: Deve seguir a regra de transição, que prevê que o valor do benefício deve considerar 80% dos maiores salários de toda a vida do trabalhador, excluídos os salários anteriores a julho de 1994.
- Quem entrou na Previdência após 1999: Segue o regime que leva em conta o fator previdenciário, no qual o valor é obtido a partir da média simples dos salários de contribuição de todo o período contributivo, sem a especificação de limites de tempo.
Por que a Revisão da Vida Toda foi Derrubada?
Entre os motivos apontados para a derrubada da revisão da vida toda está a necessidade de manter a segurança jurídica e a estabilidade nas regras previdenciárias. O STF entendeu que, ao permitir a revisão da vida toda, criava-se uma instabilidade nas expectativas dos segurados e nas contas da Previdência Social.
Além disso, argumentou-se que a decisão beneficiaria apenas uma parcela dos segurados, o que poderia ser visto como injusto para aqueles que contribuíram sob outras regras estabelecidas pela reforma de 1999.
Impactos da Decisão para os Aposentados
Para muitos aposentados, a decisão do STF é um balde de água fria, especialmente para aqueles que contribuíram significativamente antes de julho de 1994 e que teriam um benefício maior com a revisão da vida toda. Entretanto, a obrigatoriedade de seguir a regra de transição visa garantir que todos os segurados sejam tratados de forma equitativa dentro do sistema previdenciário.
O debate sobre a revisão da vida toda reflete a complexidade do sistema previdenciário brasileiro e a contínua busca por um equilíbrio entre justiça social e sustentabilidade financeira. A recente decisão do STF marca um capítulo importante nessa discussão, reafirmando a validade da reforma previdenciária de 1999.

