A Lei Orgânica da Previdência Social (Lops), instituída em 1960, trouxe uma série de mudanças significativas ao sistema previdenciário brasileiro. Entre as principais alterações, destaca-se a unificação da legislação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões, simplificando e facilitando o processo de aposentadoria para muitos brasileiros.
Na época, a aposentadoria por idade exigia apenas cinco anos de contribuição, e as idades mínimas eram estabelecidas em 60 anos para mulheres e 65 anos para homens. “Havia casos em que a pessoa começava a pagar o INSS com 55 anos e, logo aos 60, conseguia se aposentar”, explica Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário).
Qual foi o impacto da Lops na aposentadoria por idade?

A Lops mudou radicalmente a forma como as aposentadorias eram geridas no Brasil. O período de contribuição de apenas cinco anos permitia uma aposentadoria mais acessível, especialmente para aqueles que começavam a contribuir mais tarde. No entanto, isso também levantou preocupações sobre a sustentabilidade do sistema previdenciário.
Para equilibrar essas mudanças, a lei estabeleceu exigências mais rigorosas para as aposentadorias por tempo de serviço. Os homens precisavam contribuir por 35 anos e as mulheres por 30 anos, independentemente da idade. Esse critério permanece em vigor até os dias atuais.
Como a contribuição mínima mudou com o tempo?
A Lops, em vigor até 1991, teve que ser revisitada para adaptar-se às novas necessidades econômicas e sociais do país. Com a promulgação da lei 8213/91, a carência para aposentadorias por idade foi aumentada de cinco para quinze anos, respeitando alguns períodos de transição para não prejudicar os contribuintes que estavam próximos de se aposentar.
Principais mudanças trazidas pela Lei 8213/91:
- Aumento do período de carência para 15 anos de contribuição.
- Períodos de transição para adaptar os contribuintes às novas regras.
Por que foi necessário aumentar a carência para aposentadoria por idade?
No contexto da reforma de 1991, o objetivo principal era garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário. Com o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida, era imperativo que o tempo de contribuição fosse ajustado para garantir que o sistema pudesse continuar a fornecer benefícios adequados a todos os aposentados.
Aumentar a carência para 15 anos também teve o efeito de incentivar uma participação mais prolongada no mercado de trabalho, contribuindo para o crescimento econômico e a estabilidade do sistema previdenciário.
Benefícios de um sistema previdenciário sustentável:
- Garantia de recursos financeiros para os aposentados.
- Incentivo à contribuição regular ao longo da vida laboral.
- Equilíbrio financeiro a longo prazo para o sistema previdenciário.
Embora as mudanças trouxeram desafios para muitos trabalhadores, a reforma de 1991 foi uma etapa crucial para a melhoria e a longevidade do sistema previdenciário brasileiro. A história da Lops e suas subsequentes reformas refletem a contínua evolução necessária para adaptar-se às mudanças demográficas e econômicas do país.

