Em 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) concentra-se numa sessão decisiva que promete moldar o futuro previdenciário do país. Na agenda, um conjunto de ações questiona pontos críticos da reforma da Previdência implementada desde 2019. A discussão abrange desde alíquotas progressivas imputadas a servidores até critérios para a pensão por morte.
As deliberações do STF não só têm um peso jurídico, mas representam também um significativo impacto fiscal. Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2025 detalha possíveis repercussões financeiras estimadas em R$ 497,9 bilhões, configurando um dos maiores riscos fiscais para a União até o momento.

Estátua da Justiça em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), na praça dos Três Poderes, em Brasília (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
O que está sendo questionado na atual sessão do STF?
A sessão incorpora um amplo espectro de disputas legais. Entre elas, destaca-se a análise sobre a constitucionalidade da exigência das alíquotas progressivas que afetam diretamente servidores públicos. Este ponto é apenas um fragmento de um debate maior que engloba 13 das 15 ações apresentadas.
Entenda as Principais Controvérsias da Reforma da Previdência
As controvérsias se estendem por diversas áreas da reforma. Aspectos como a cobrança de contribuição previdenciária sobre aposentados e pensionistas que recebem acima do salário mínimo e a adoção de contribuições extraordinárias para servidores federais em caso de déficit são foco de disputa.
A justiça enfrenta um dilema em equilibrar premissas constitucionais com a necessidade de viabilidade econômica do sistema previdenciário. Em 2022, o relator Luís Roberto Barroso inclinou-se pela rejeição das ações, defendendo a constitucionalidade da reforma e ressaltando o déficit fiscal incontestável nesse setor.
Impacto Fiscal e Visões Divergentes no Supremo
O ministro Edson Fachin, contudo, apresentou divergências, especialmente quanto às regras de cálculo para mulher no regime geral e próprio de Previdência Social, gerando um cenário de decisões fracionadas no tribunal. Essa discussão ilustra não apenas a complexidade do tema, mas também a pluralidade de interpretações possíveis dentro do próprio STF.
Além disso, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e outras instituições, como a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), apresentam forte resistência a aspectos da reforma, potencializando o debate sobre equidade e justiça fiscal.
Enquanto o STF delibera, a nação aguarda as repercussões dessas decisões, que vão além das salas de tribunais e afetam diretamente milhões de brasileiros. O veredito promete ser não apenas um marco judicial, mas um sinalizante forte das direções futuras de nossa política previdenciária.