Em decisão recente que capturou a atenção do mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. Essa medida marca o término de um ciclo de cortes que se iniciou em agosto de 2023, quando a taxa estava situada em 13,75%.
Após sete ajustes sucessivos, tal estabilidade coloca o Brasil como um dos principais detentores de altos juros reais globalmente. A Selic, que é a taxa de juros básica da economia, desempenha um papel crucial no controle da inflação. E, por conseguinte, impacta significativamente quase todos os segmentos de produtos e serviços no Brasil.
Michael Viriato, assessor de investimentos e um dos fundadores da Casa do Investidor, afirma que com juros mais altos o custo de vida é diretamente influenciado. Além disso, os preços de bens e serviços essenciais para a população são elevados.
Neste artigo vamos explicar o que é a taxa selic e como ela impacta a vida dos brasileiros. Boa leitura!
Como a Selic afeta o dia a dia do brasileiro?

Com a Selic no patamar de 10,5% desde 2021, suas consequências vão além das paredes do Banco Central e alcançam diretamente o bolso do consumidor.
Dessa forma, o aumento na taxa de juros implica maiores custos de empréstimos e, como resultado, uma redução na capacidade de consumo das famílias brasileiras.
Os setores de comércio e serviços, são os mais impactados, que veem sua demanda diminuir consideravelmente.
Quais setores são mais impactados?
De acordo com a professora Juliana Inhasz, alguns setores são particularmente afetados. Como, por exemplo, aqueles dependentes de financiamento pessoal. Em especial, o de automóveis e imóveis.
“Quem planeja comprar um carro ou uma casa enfrenta um encargo maior nos empréstimos e muitas vezes opta por adiar tais consumos, afetando diretamente o volume de vendas desses produtos,” explica Inhasz.
Impacto nos Investimentos e Empresas
A Selic elevada não somente freia o consumo, mas também desacelera os investimentos empresariais.
Dessa forma, as empresas tendem a adiar investimentos em tecnologia, insumos e infraestrutura devido ao crédito mais caro, comprometendo sua produtividade e expansão.
Além disso, o aumento nos investimentos em renda fixa se torna mais atrativo, desviando recursos que poderiam ser empregados em atividades produtivas.
- Setor de construção civil: enfrenta maior resistência devido aos altos custos de financiamento imobiliário.
- Setor automotivo: sofre com a redução na compra de veículos financiados.
- Comércio de bens duráveis: registra queda à medida que consumidores adiam a aquisição de produtos de maior valor.
De acordo com Inhasz, a manutenção da Selic em níveis altos é como um “freio de mão puxado” na economia. Embora exista a necessidade de manter a inflação sob controle, .
Por fim, a perspectiva futura é de cautela, observando-se os movimentos subsequentes do Banco Central no ajuste da taxa chave que, por ora, permanece como uma medida de equilíbrio entre controle inflacionário e estimulação econômica.