A cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris, realizada na sexta-feira, 26 de julho de 2024, trouxe à tona um acalorado debate entre parlamentares brasileiros. A apresentação, que abordou símbolos religiosos de forma inusitada, incomodou membros do legislativo, especialmente os aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ponto mais controverso da cerimônia foi a recriação do quadro “Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, com drag queens no lugar dos apóstolos. Tal representação foi vista por alguns parlamentares como um desrespeito à fé cristã, e não demorou para que as críticas fossem publicadas nas redes sociais.
Cerimônia de Abertura das Olimpíadas de Paris: Estilo Woke no Centro da Controvérsia

Mas o que, afinal, é woke? O termo, que ganhou popularidade nos últimos anos, refere-se a uma consciência social e política sobre questões de justiça, igualdade e direitos humanos. No entanto, para muitos, o uso exagerado do termo pode levar a visões polarizadas e debates acalorados.
No caso da abertura das Olimpíadas de Paris, o estilo woke entrou em cena ao apresentar símbolos religiosos de uma maneira provocativa. A famosa cena do quadro “Última Ceia” foi reinterpretada com drag queens, o que, segundo os críticos, desrespeitou profundamente a comunidade cristã.
Por Que a Abertura das Olimpíadas Causou Tanta Polêmica?
Primeiramente, é importante entender a importância que a “Última Ceia” tem para os cristãos. O quadro de Leonardo da Vinci, pintado em 1497, mostra Jesus Cristo e seus doze apóstolos em um momento de consagração. Ao transformarem essa imagem para incluir drag queens, os organizadores da cerimônia de abertura provocaram um forte sentimento de ofensa para muitos religiosos.
Nas redes sociais, personalidades como o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Mario Frias (PL-SP) expressaram sua indignação. As mensagens, que citavam passagens bíblicas e criticavam a zombaria da fé cristã, rapidamente ganharam destaque e ampliaram o debate público.
Reações dos Parlamentares Brasileiros
Flavio Bolsonaro usou o Twitter/X para compartilhar um versículo de Lucas 22:19-20, que fala sobre a consagração do pão e do vinho como símbolo do corpo e sangue de Jesus Cristo. O senador destacou: “Santa Ceia de Cristo com drag queens, vocês lembram o que aconteceu depois da encenação do Diabo pisando em Jesus no Carnaval de 2019? Com Deus não se brinca…”. A mensagem deixou clara a postura do parlamentar contra a apresentação.
Da mesma forma, Nikolas Ferreira também recorreu às redes sociais para manifestar sua insatisfação. “As Olimpíadas começaram fazendo uma zombaria demoníaca da fé cristã”, afirmou o deputado, reforçando a ideia de que a cerimônia foi desrespeitosa.
Mario Frias, por sua vez, seguiu a mesma linha de crítica e indignação. A expressão de repúdio dos parlamentares mostrou uma unidade entre os aliados de Bolsonaro quanto à rejeição do estilo woke na arte e nas apresentações públicas.
O Que Está Por Trás da Controvérsia do Estilo Woke?
Mas por que esse tipo de apresentação gera tanto incômodo? Para entender isso, é essencial considerar o contexto cultural e político. À medida que movimentos sociais ganham força, práticas e símbolos religiosos acabam entrando no debate público, muitas vezes resultando em reações polarizadas.
Os críticos do estilo woke argumentam que algumas representações exageradas ou desrespeitosas podem alienar indivíduos que se identificam fortemente com suas crenças religiosas. Por outro lado, os defensores acreditam que essas representações promovem a inclusão e a diversidade, mesmo que provoquem debates intensos.
Qual Será o Impacto Dessa Polêmica no Futuro?
A controvérsia sobre a abertura das Olimpíadas de Paris provavelmente não será a última envolvendo símbolos religiosos e artísticos. Como os debates sobre identidade, cultura e fé continuam a evoluir, é fundamental encontrar um equilíbrio onde a expressão artística possa coexistir com o respeito às crenças religiosas.
Afinal, qual é a linha entre a liberdade artística e o respeito religioso? Essa é uma pergunta que continuará a ser debatida, especialmente em eventos globais como as Olimpíadas.
- Os organizadores de eventos precisam considerar as sensibilidade culturais e religiosas ao planejar apresentações.
- O público, por sua vez, deve ser encorajado a dialogar e expressar suas opiniões de maneira respeitosa.
- A mídia tem um papel crucial ao reportar esses eventos, fornecendo contexto e promovendo uma discussão equilibrada.
Independentemente do lado em que se esteja nesse debate, uma coisa é certa: a abertura das Olimpíadas de Paris em 2024 ficará marcada como um ponto de inflexão na discussão sobre o estilo woke e os limites da expressão artística.