Quem diria que não muito tempo atrás, com apenas R$50,00, era possível encher um carrinho de supermercado? Há 30 anos, quando o Plano Real entrou em vigor, essa era a realidade.
Hoje, com a mesma quantia, mal se consegue comprar cinco produtos. Esse impacto monetário revela o alcance e as complexidades trazidas pelo plano que estabilizou a economia brasileira num período crítico.
Na década de 90, o salário mínimo não ultrapassava R$ 70, enquanto hoje, está acima de R$ 1.400. Nesse período de três décadas, a inflação recuou de cifras astronômicas — quase 2.500% ao ano em 1993 — para menos de 4% atualmente.
Essa transformação não apenas estabilizou a moeda, como alterou profundamente a dinâmica econômica do país.
Como o Plano Real Mudou o Consumo dos Brasileiros?

Ao implementar o Real, a moeda forte emergiu como um marco divisório na história econômica brasileira.
Fabio Scaringella, especialista em questões econômicas, destaca que antes do Plano Real, o Brasil já havia falhado em cinco tentativas de estabilização monetária.
O Real foi a primeira iniciativa bem-sucedida após anos de turbulência.
O Poder de Compra do Real é o Mesmo de 30 Anos Atrás?
Claro que não.
De acordo com dados do Corecon-SP, R$ 10 em julho de 1994 equivalem hoje a cerca de R$ 80,80 — um aumento nominal impressionante.
O rendimento da poupança, por sua vez, fez com que R$ 10 se transformassem em R$ 179 hoje, refletindo um incremento significantemente maior comparado ao da inflação e do poder de compra.
Perspectivas de Crescimento e Inflação na Atual Economidade do Brasil
O professor Mauro Rochlin ressalta que, apesar da disparidade nominal, o poder aquisitivo cresceu devido aos ajustes salariais frequentes e significativos.
Pedro Afonso Gomes, presidente do Corecon-SP, endossa essa visão, apontando que a cesta básica teve um aumento de custo oito vezes menor em relação ao incremento do salário mínimo, que subiu 22 vezes nesse período. Isso traduz-se em um ganho real de poder de compra para o brasileiro médio.
A avaliação dos especialistas sugere que o Plano Real, apesar de não ser uma solução perfeita, conseguiu proporcionar uma base sólida para o desenvolvimento econômico do Brasil.
Ao analisar a escalada dos preços e o aumento dos salários, percebe-se uma melhoria na qualidade de vida das pessoas, que podem hoje comprar muito mais do que o salário mínimo permitia há 30 anos.
Assim, rever essa trajetória de sucesso e desafios do Plano Real nos ajuda a entender não apenas a história econômica do Brasil, mas também a evolução da sociedade e seu consumo em um período marcado por profundas transformações globais.