O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Lula, divulgou recentemente os novos valores destinados ao Plano Safra para os anos de 2024 e 2025, elevando o montante para R$ 400,59 bilhões. Esse aumento de 10% em relação ao plano anterior visa beneficiar principalmente médios e grandes produtores rurais. No entanto, as reações do setor agrícola não foram totalmente positivas, tendo em vista as crescentes dificuldades impostas por fatores climáticos e oscilações nos preços de mercado.
Durante o lançamento do plano em Brasília, o presidente enfatizou que o novo aporte é superior ao de gestões anteriores. Essa declaração veio como uma resposta às críticas, especialmente comparativas ao tratamento recebido durante o governo de Jair Bolsonaro, conhecido por sua proximidade com o agronegócio. Apesar dos avanços, entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) argumentam que as cifras anunciadas ainda estão aquém do necessário.

Foto Colheita Plano Safra 2025 – Foto CBN
Por que o novo Plano Safra ainda não é suficiente?
Conforme apontado pela CNA, a quantidade de recursos necessários para abarcar todas as necessidades do setor deveria ser na ordem de R$ 570 bilhões. Esse valor ajudaria a cobrir não apenas o financiamento empresarial, mas também o familiar, crucial para a manutenção de uma agricultura robusta e diversificada no país. Os especialistas destacaram que apenas o aumento nos recursos equalizados para redução de taxas de juros já representa um crescimento insuficiente.
Impactos Desiguais do Financiamento no Setor Agrícola
Apesar do incremento geral nos recursos, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) ressaltou que determinadas áreas, como a de armazenagem, sofreram cortes significativos. Essa redução pode acarretar sérios gargalos logísticos, já que o Brasil enfrenta desafios importantes relacionados à capacidade de armazenamento de grãos, essencial para a estabilidade de preços e distribuição eficiente de produtos.
As taxas de juros e seus impactos no crescimento agrícola
De acordo com análises de mercado, não houve uma redução nas taxas de juros para financiamentos empresariais, mantendo-se entre 7% e 12% ao ano. Esta estabilidade é vista com descontentamento pelo setor, haja vista que a Selic apresentou quedas desde a última revisão do Plano Safra. Por outro lado, as taxas destinadas ao custeio da produção familiar de alimentos essenciais tiveram uma leve queda, o que representa um alívio, ainda que pequeno, para esses produtores.
Em resumo, apesar do aumento observado no financiamento do Plano Safra 2025, os desafios permanecem robustos, principalmente no que tange à adequação dos recursos às reais necessidades do setor, à distribuição equitativa do financiamento e às condições de juros que realmente incentivem o crescimento agrícola brasileiro. Ainda há muito a ser feito para que os recursos disponibilizados atendam de maneira eficiente às complexidades e à diversidade do agronegócio no Brasil.