Quando falamos de datas comerciais, como o Dia dos Namorados, é comum pensarmos diretamente em romantismo e troca de presentes entre casais apaixonados. No Brasil, esta data se associa tradicionalmente ao dia de Santo Antônio. No entanto, existe uma figura menos conhecida, mas profundamente significativa, ligada a esta celebração: Santo Onofre. Considerado o padroeiro dos celibatários e símbolo de uma vida reclusa, ele apresenta um contraste intrigante com o amor romântico que o dia busca enaltecer.
Mas afinal, como um santo que viveu 60 anos no deserto e fez voto de castidade se relaciona com o amor romântico celebrado neste dia? A história de Santo Onofre e como ele veio a ser associado a esta data no Brasil é uma curiosa travessia através de tradições e interpretações.
Quem foi Santo Onofre?

Um eremita com uma história de vida que desafia as imagens típicas de santos, Santo Onofre passou seis décadas em completa solitude nas áridas paisagens do Egito. Vestindo apenas um saiote de folhas e com longos cabelos e barba que arrastavam pelo solo, ele é descrito nas raras escrituras feitas pelo Abade Pafúncio como um símbolo de renúncia e resistência espiritual. Esse estilo de vida extremo contrasta vividamente com as noções contemporâneas de romance e companheirismo.
O significado do Dia dos Namorados no contexto de Santo Onofre
Estranhamente, a figura de Santo Onofre se entrelaça com o Dia dos Namorados no Brasil devido a uma tentativa de reforçar o comércio em uma época tradicionalmente de baixas vendas. Sua imagem como padroeiro dos celibatários e aqueles que escolhem viver sozinhos oferece uma perspectiva única para esta celebração. O contraste entre o eremita do deserto e a festividade do amor romântico intrigantemente complementa as várias formas de amor que podemos celebrar – não apenas o amor romântico, mas também o amor próprio e a autoaceitação.
O que podemos aprender com Santo Onofre?
- O valor da introspecção e da solitude.
- A importância de reconhecer e celebrar diferentes formas de amor.
- Compreender que a história e as tradições podem oferecer múltiplas facetas e signficados.
Embora Santo Onofre possa parecer uma figura distante para o fervor e a troca de afetos típicos do Dia dos Namorados, sua vida nos lembra das muitas dimensões do ser humano. A escolha de viver no deserto, focada em um caminho espiritual pessoal e distante do convívio social, contrasta, mas não nega, a necessidade humana de conexão — seja ela romântica ou espiritual.
Portanto, integrar Santo Onofre ao contexto do Dia dos Namorados é um convite para explorar e aceitar as diversidades do amor e da expressão pessoal. Neste dia, enquanto muitos celebram o encontro e o companheirismo, outros podem encontrar força e significado na jornada pessoal de introspecção e autonomia, ilustrada tão profundamente pela vida deste santo do deserto.