Recentemente, o Banco Central anunciou alterações significativas nas regras do sistema de pagamentos instantâneos, o Pix. A partir de agora, o valor das transações realizadas por meio do Pix será limitado a um novo valor para aparelhos de celular e computadores que não estejam cadastrados na instituição.
Além disso, em situações de troca de celular, será estabelecido um limite diário de R$ 1 mil para as transações. Essas novas medidas visam aumentar a segurança e dificultar a atuação de golpistas que utilizam o Pix para fraudes. Confira a seguir o que muda!
Motivação por Trás das Novas Regras

A mudança nas regras do Pix tem como principal objetivo reduzir o risco de fraudes associadas a pagamentos instantâneos. O Banco Central busca dificultar a ação de criminosos que tentam realizar transações em dispositivos diferentes daqueles previamente registrados pelos usuários.
Ao impor limites mais rígidos para aparelhos não cadastrados e para transações realizadas após a troca de celular, o Banco Central pretende criar uma camada adicional de segurança para os usuários do sistema.
Como Funcionam os Golpes Relacionados ao Pix?
O Pix, ferramenta amplamente utilizada para pagamentos instantâneos no Brasil, tem sido explorado por golpistas em diversas fraudes. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alerta para o uso crescente de um golpe específico, conhecido como “golpe do Pix errado”. Este golpe aproveita o Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado pelo Banco Central para facilitar a devolução de valores em casos de fraudes.
Passo a Passo do Golpe
O golpe geralmente segue os seguintes passos:
- Descoberta da Chave Pix: O golpista obtém o número de telefone celular da vítima, que muitas vezes está registrado como chave Pix, por meio de cadastros online ou pesquisas em redes sociais.
- Envio da Transferência: O criminoso realiza uma transferência para a vítima usando a chave Pix obtida.
- Solicitação de Estorno: Em seguida, entra em contato com a vítima, alegando que fez um Pix incorreto e solicitando o estorno. Utiliza técnicas de persuasão para convencer a vítima a devolver o dinheiro.
- Transferência para Conta Errada: A vítima, acreditando na boa-fé do golpista, realiza o estorno, mas o golpista fornece uma chave Pix diferente, que pertence a uma terceira conta.
- Acionamento do MED: O golpista então utiliza o MED para solicitar a devolução do valor para a conta original.
- Análise das Transações: Os bancos analisam a transação e, ao perceber que o valor devolvido foi para uma conta diferente da original, identificam a operação como fraudulenta e podem retirar o valor da conta da vítima.
- Resultado do Golpe: Se bem-sucedido, o golpista não só recupera o valor através do MED, mas também causa um prejuízo para a vítima.
Como Evitar Cair em Golpes de Pix
Para se proteger contra esse tipo de fraude, é fundamental seguir algumas orientações. A Febraban recomenda que, ao receber um pedido de estorno de Pix, o cliente deve sempre devolver o valor para a conta original que recebeu o pagamento.
Para isso, é necessário usar a opção de devolução disponível no aplicativo bancário, que direciona o valor de volta para a conta de origem. Jamais faça um estorno para uma conta diferente. Caso haja dúvidas, é crucial entrar em contato com o banco para verificar a autenticidade da solicitação.
Novas Medidas de Segurança
Além das alterações nos limites de transações, o Banco Central implementará outras medidas para aumentar a segurança do sistema Pix:
- Gerenciamento de Risco: Será adotada uma solução de gerenciamento de risco que utiliza informações de segurança armazenadas pelo Banco Central para identificar transações atípicas.
- Canal de Informações: Será disponibilizado um canal eletrônico para fornecer informações aos clientes sobre os cuidados necessários para evitar fraudes.
- Verificação Semestral: Os clientes terão suas informações verificadas pelo Banco Central a cada seis meses para identificar possíveis marcações de fraude.
Essas mudanças visam fortalecer a segurança dos usuários e criar uma barreira adicional contra possíveis fraudes, mesmo quando os criminosos tenham acesso a dados bancários dos clientes.
Contudo, é importante que as instituições financeiras continuem a educar os clientes sobre boas práticas de segurança, oferecendo informações claras e acessíveis para a proteção contra golpes e fraudes.