A decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) provocou uma significativa mudança nas regras de correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A partir de agora, todos os novos depósitos no FGTS serão corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, garantindo que os reajustes não sejam inferiores à inflação.
Essa mudança, proposta pelo governo federal e acatada pelo STF na última quarta-feira, afeta diretamente o futuro dos trabalhadores brasileiros. Até então, os depósitos eram corrigidos pela Taxa Referencial (TR), que atualmente é próxima de zero, mais juros de 3% ao ano.
Por que a Correção pelo IPCA é Importante para o Trabalhador?

A alteração para o cálculo de correção do FGTS representa uma vitória para os trabalhadores, já que a TR, por ser quase nula presentemente, não refletia a real desvalorização do dinheiro frente à inflação. O IPCA, por outro lado, oferece uma medida mais justa e realista do poder de compra, evitando perdas financeiras significativas ao longo do tempo.
O Que Muda para os Trabalhadores com Processos em Andamento?
Apesar da positiva mudança para os futuros depósitos, os trabalhadores que já possuíam ações judiciais em tramitação para a correção dos valores do FGTS não serão beneficiados retroativamente. Estima-se que cerca de 1,5 milhão de ações, envolvendo quase 6 milhões de trabalhadores, não terão ganhos financeiros com a nova política, que só valerá para depósitos futuros.
Segundo Mario Avelino, presidente do Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador, as ações que aguardavam a decisão do STF serão julgadas sem custos para os reclamantes, porém, sem direito a receber as diferenças anteriormente não pagas pela correção inferior à inflação.
Quais São as Próximas Etapas Após a Decisão do STF?
A nova regra entra em vigor assim que o STF publicar o acórdão sobre a decisão. A partir desse momento, qualquer depósito no FGTS terá a garantia de correção mínima pelo IPCA. Caso a TR mais os juros de 3% ao ano resultem em uma remuneração inferior ao IPCA, o Conselho Curador do FGTS será responsável por determinar uma compensação adequada.
Esta mudança tem grande relevância para garantir que o FGTS, uma importante reserva para momentos de desemprego, aposentadoria ou aquisição de casa própria, não perca seu poder de compra. Assim, o trabalhador brasileiro passa a ter mais segurança sobre o valor que poderá dispor do fundo no futuro.
Em resumo, a decisão do STF solidifica um caminho mais justo para a manutenção do poder de compra dos trabalhadores brasileiros, garantindo que suas economias cresçam, pelo menos, em par com a inflação oficial do país.