A questão da regulamentação dos motoristas de aplicativos tem sido um ponto discutido calorosamente na política brasileira recentemente. Uma nova proposta, apresentada na Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados, promete mudanças significativas incluindo alterações nas taxas de intermediação e nas contribuições previdenciárias.
O substitutivo do projeto de lei, enviado inicialmente pelo governo em março e agora alterado pelo relator deputado Augusto Coutinho, sugere importantes ajustes que impactam diretamente a renda e os direitos dos trabalhadores desta categoria. Entre as principais modificações, destaca-se a redução na contribuição ao INSS e a definição de um teto para as taxas cobradas pelas plataformas.
Quais são as principais alterações para os motoristas de aplicativos?
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Sob a nova proposta, a contribuição previdenciária que era de 7,5% foi reduzida para 5%. Além disso, estabeleceu-se um limite de 30% para as taxas de intermediação cobradas pelas plataformas sobre o valor arrecadado em cada corrida. Assim, 70% do valor das corridas ficaria diretamente com o motorista.
Por que a alteração nas taxas de intermediação é significativa?
A Associação de Motoristas de Aplicativo de São Paulo (Amasp) expressou algumas preocupações com essa alteração, comparando com taxas menores, de cerca de 10%, praticadas por outras empresas no mercado. Para eles, um limite de 30% ainda se mostra elevado, apesar de menor do que as atuais cobranças que ultrapassam os 40% em alguns casos.
A Amasp argumenta que, embora a redução seja um avanço, permanece a necessidade de revisões para assegurar que os motoristas mantenham uma fatia justa do rendimento proveniente de seu trabalho.
Impacto das mudanças propostas pela Comissão de Indústria, Comércio e Serviços
Por outro lado, as alterações propostas buscam aumentar a transparência e a segurança na relação entre motoristas e empresas de aplicativos. Ajustes como estes são vistos como essenciais para que os profissionais tenham condições de trabalho mais justas e viáveis economicamente.
Além disso, o projeto também inclui medidas para a segurança dos usuários, como o rigoroso processo de cadastro e a possibilidade de mulheres serem transportadas apenas por outras mulheres, visando um ambiente mais seguro e confortável para o público feminino.
Após a análise nas comissões designadas, a proposta ainda passará pelo crivo do plenário, onde será definitivamente aprovada ou modificada. Os motoristas de aplicativos, bem como as plataformas de transporte, aguardam ansiosos pelo desfecho que poderá redefinir a dinâmica de trabalho destes profissionais em todo o país.