O cenário político de Recife ganhou novos contornos com uma nomeação que gerou amplo debate. O prefeito João Campos, do PSB, escolheu Milu Megale como a nova Secretária de Cultura. O que coloca esta nomeação sob os holofotes não é apenas a função, mas as conexões políticas envolvidas.
Milu Megale não é uma figura desconhecida nas esferas políticas do Pernambuco. Anteriormente, ela já havia desempenhado o papel de secretária de Turismo do estado, e mais recentemente atuava na Azul Viagens. Contudo, sua nomeação desperta controvérsias principalmente pelo seu vínculo matrimonial com Carlos Neves, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e relator de processos importantes envolvendo a gestão municipal.

João Campos — Foto: Agência Câmara
Como entende-se a nomeação de Milu Megale?
Segundo a prefeitura de Recife, a escolha de Milu para capitanear a Secretaria de Cultura foi baseada em “critérios técnicos e sua vasta experiência no setor público”. Em declarações oficiais, afirma-se que ela detém todos os requisitos e competências exigidas para o cargo.
Qual a relação do conselheiro Carlos Neves com a prefeitura?
Carlos Neves tem um papel significativo no atual embate político, visto que é o relator de três processos de prestação de contas envolvendo a própria prefeitura de Recife, nos quais João Campos aparece como interessado. Essa ligação parece acender uma luz de cautela quanto à autonomia das decisões no âmbito do TCE e a imparcialidade esperada do órgão.
Por que a nomeação tem gerado debate?
A nomeação de Milu Megale tornou-se um prato cheio para a opinião pública e para os críticos da atual gestão municipal. Muitos apontam que tal escolha poderia representar um conflito de interesses, dada a posição relevante de seu esposo no tribunal que frequente lida com assuntos da prefeitura. Apesar das garantias da prefeitura de que a escolha foi pautada por merecimento, persistem dúvidas e especulações sobre as verdadeiras motivações por trás desta escolha.
Em defesa de Milu, a prefeitura destacou seu trajeto profissional e acusou as críticas de serem injustas e desrespeitosas, marcadas pelo que descrevem como um ataque pessoal infundado contra uma profissional qualificada.
Este caso reacende uma discussão sempre atual sobre ética na política e a importância da transparência nas nomeações públicas. Sem dúvida, a situação em Recife continuará a ser um ponto de observação para avaliar como responsabilidades e interesses pessoais se intercalam no jogo político.