Muito se falou sobre o caos causado pela “tela azul da morte” que impactou diversos países na última sexta-feira, 21 de julho de 2024. Enquanto isso, na China, a situação foi bem menos critica. Vamos explorar como a nação asiática conseguiu se desviar de grandes transtornos de TI, apoiada por sua política restritiva e estratégica em relação à tecnologia estrangeira.
O segredo do país para evitar esse problema mundial parece estar fortemente ligado ao seu mercado tecnológico interno. Com gigantes locais como Alibaba, Tencent e Huawei dominando o campo de serviços em nuvem, a dependência de software internacional é significativamente menor, proporcionando-lhes uma rede mais isolada e controlada.
Por que a China se manteve resiliente diante de falhas globais?

Enquanto diversas nações sofreram com interrupções devido à dependência de sistemas operados majoritariamente pela Microsoft, a China apresentou relatos pontuais de problemas, especialmente em empresas estrangeiras operando no país. Nas redes sociais chinesas, alguns usuários de hotéis internacionais lamentaram problemas pontuais, mas a situação geral manteve-se controlada.
O que é a “splinternet” chinesa?
O conceito de “splinternet” refere-se à crescente divisão da internet e sistemas de TI entre as linhas geopolíticas. A China tem sido pioneira nesse movimento ao criar sua própria infraestrutura tecnológica que corre paralela à global. Instituições governamentais e grandes corporações têm dado preferência a soluções domésticas, distanciando-se de fornecedores estrangeiros.
Impactos das restrições internacionais sobre a tecnologia
- Diminuição de tecnologia estrangeira: A China reduziu drasticamente a utilização de sistemas tecnológicos estrangeiros, substituindo-os por soluções nacionais.
- Resposta a sanções: Como reação às diversas restrições de acesso a tecnologias chave impostas por países ocidentais, a China fortaleceu suas próprias indústrias de alta tecnologia.
- Segurança nacional: O controle sobre a TI é visto não apenas como uma estratégia econômica, mas também como uma questão de segurança nacional.
Apesar da autonomia tecnológica, a China não ficou completamente isolada das falhas globais. Ainda assim, o impacto foi tão minimalista que alguns usuários até agradeceram nas redes sociais por terem ganho um inesperado inicio de fim de semana devido a pequenas falhas.
Este cenário revela não apenas as complexidades das disputas tecnológicas globais, mas também destaca como a soberania digital pode se tornar um escudo contra crises internacionais de TI. A diversificação tecnológica interna da China aparenta ser uma jogada estratégica, não apenas para aprimorar a eficiência e segurança, mas também para assegurar uma maior resiliência em face a perturbações globais inesperadas.