Preparando-se para um cenário econômico mais favorável aos trabalhadores, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) tem uma novidade que promete alterar a forma como o rendimento é calculado.
Uma alteração recém aprovada indica que os fundos do FGTS poderão ser corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sempre que a inflação superar a taxa atual.
Até o momento, a correção era feita usando a Taxa Referencial (TR) adicionada a um percentual fixo de 3% ao ano.
Dado o histórico de baixas expressivas na TR, essa metodologia muitas vezes resultava em ganhos modestos, que pouco contribuíam para a manutenção do poder de compra dos trabalhadores frente à inflação.
O que muda com a aplicação do IPCA na correção do FGTS?

Com a implementação das novas regras, o saldo existente e os futuros depósitos no FGTS poderão ter seu rendimento atrelado ao IPCA. Para os casos em que este índice seja superior à combinação da TR com os 3% anuais.
Isso significa que o fundo poderá ter um desempenho melhor e mais alinhado com a realidade econômica atual. A mudança, que entra em vigor nos próximos dias, cobre tanto o saldo já acumulado quanto novos valores a serem depositados.
Qual será o ganho real com a nova fórmula de correção?
De acordo com uma simulação elaborada por Fabrice Blancard, planejador financeiro certificado, sob o novo sistema, um saldo inicial de R$ 10.000 no FGTS apresentaria um crescimento considerável.
Nos últimos cinco anos, esse valor teria gerado um rendimento de 45,17%, alcançando R$ 14.516,95. Em comparação, pelo método anterior, o mesmo montante teria rendido apenas 21,82%, totalizando R$ 12.182,36.
Comparativo de rentabilidade: IPCA versus TR + 3%
A aplicação do IPCA como métrica para o cálculo do rendimento potencializa consideravelmente os retornos sobre os investimentos dos trabalhadores brasileiros.
Para ilustrar, aqui está um comparativo usando os números atuais:
- Com TR + 3%: R$ 12.182,36 após 5 anos.
- Com IPCA apenas: R$ 14.516,95 após 5 anos.
- Caderneta de poupança: R$ 13.580,65 após 5 anos.
Esse aumento na correção do FGTS com o IPCA não apenas melhora o poder de investimento do trabalhador mas também o protege melhor contra a inflação.
Reações e expectativas quanto à nova regra
Embora a decisão já tenha sido tomada, ainda é aguardada a publicação oficial das regras. O que está gerando expectativa entre os trabalhadores sobre o impacto final em seus fundos de garantia.
No entanto, a mudança é vista de forma positiva. Como um avanço significativo na direção de uma política mais justa e eficaz na preservação do valor do dinheiro guardado ao longo dos anos de trabalho.
Portanto, o ajuste na formatação do rendimento do FGTS para incluir o IPCA pode representar uma reviravolta crucial para muitos brasileiros.
Garantindo, dessa forma, que seu fundo de garantia seja mais resiliente às variações econômicas e ofereça um suporte financeiro mais substancial quando necessário.