Nos últimos meses, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta importante sobre a mpox. Embora a doença, também conhecida como “varíola dos macacos”, não seja a nova Covid-19, o alerta busca facilitar a coordenação internacional para combater o surto e evitar um aumento no número de casos.
A mpox não é uma novidade para as autoridades de saúde, que já sabem como controlar sua disseminação. Existem vacinas e testes de diagnóstico disponíveis. Entretanto, a diferenciação entre os tipos de vírus da mpox é crucial na prevenção e tratamento da doença.
Tipos de vírus da Mpox: Clado 1 e Clado 2
O vírus da mpox foi identificado pela primeira vez em 1958, e desde então, os cientistas descobriram duas variantes principais: o Clado 1 e o Clado 2. O Clado 1 é considerado mais grave e mortal que o Clado 2, embora nenhum caso do Clado 1b tenha sido identificado no Brasil até o momento.
A OMS, através de declarações de especialistas como Hans Kluge, enfatiza que nenhum dos clados representa uma ameaça pandêmica como a Covid-19. A medida de colocar a mpox em alerta elevado é para mobilizar recursos e promover a colaboração internacional, especialmente no compartilhamento de vacinas, tratamentos e diagnósticos.
Quais são os desafios da erradicação da mpox?
Ao contrário da varíola humana, a mpox enfrenta desafios únicos quando se trata de erradicação. A varíola humana, também conhecida como “smallpox” em inglês, foi erradicada em 1979 graças a uma intensa campanha global. A erradicação foi possível porque os seres humanos eram os únicos hospedeiros do vírus.
Entretanto, para a mpox, a situação é diferente. Os macacos são apenas hospedeiros acidentais; o verdadeiro reservatório do vírus na África são os roedores. Isso complica os esforços de erradicação, pois é mais difícil controlar a transmissão do vírus quando ele pode circular entre diferentes espécies animais.
A mpox pode se transformar em uma pandemia?
A mpox é uma doença séria, mas não apresenta atualmente o mesmo risco de pandemia que a Covid-19. O termo “pandemia” se aplica quando há transmissão sustentada da doença em múltiplos continentes, o que não está ocorrendo com a mpox.
No Brasil, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde monitora a situação de perto. Ethel Maciel, secretária da pasta, ressaltou que não há uma emergência nacional decretada, mas isso não significa que a situação não possa evoluir. A vigilância constante é crucial para prevenir uma escalada de casos.
Como estão os números de casos na África?
Na África, o cenário é preocupante. De acordo com os últimos relatórios do Africa CDC, a região registrou mais de 17 mil casos suspeitos e confirmados desde o início do ano, com 517 mortes. A República Democrática do Congo (RDC) é o país mais afetado, com 16.789 casos, dos quais 14.151 são suspeitos e 2.638 confirmados.
As autoridades de saúde enfatizam que, mesmo com os números elevados, o esforço global proativo deve continuar para controlar a disseminação da mpox. A colaboração internacional não só facilita o combate à doença, mas também ajuda a desbloquear financiamentos essenciais para pesquisas e desenvolvimento de soluções eficazes.
- Identificação do vírus: 1958.
- Tipos principais: Clado 1 e Clado 2.
- Hospedeiros naturais: Roedores na África.
- Erradicação da varíola humana: 1979.
- Mortes na África em 2024: 517.
