A morte do Papa Francisco foi confirmada oficialmente pelo Vaticano nesta segunda-feira (21). Jorge Mario Bergoglio, o primeiro pontífice latino-americano e jesuíta da história, faleceu aos 88 anos, às 2h35 da madrugada pelo horário de Brasília (7h35 no horário local de Roma). A causa exata da morte não foi revelada, mas Francisco enfrentava sérias complicações respiratórias após ter sido hospitalizado por 38 dias com um quadro de pneumonia nos dois pulmões.
Francisco deixa um legado de fé, diálogo, empatia e renovação. Reconhecido por sua simplicidade, seu humor leve e sua forte defesa dos mais pobres e marginalizados, ele liderou a Igreja Católica por quase 12 anos, promovendo mudanças importantes e gerando debates internos e externos à Santa Sé.
Cerimônias de despedida
As cerimônias fúnebres de Francisco já tiveram início e seguirão rituais tradicionais do Vaticano. A missa de sufrágio será realizada às 14h (horário de Brasília) na Basílica de São João de Latrão, celebrada pelo cardeal Baldo Reina. Em seguida, às 15h, ocorrerá o rito de constatação da morte e a deposição do corpo na Capela de Santa Marta, com a presença do camerlengo Kevin Farrell.
Diferente da maioria dos papas recentes, Francisco não será sepultado na Basílica de São Pedro, mas sim na Basílica de Santa Maria Maggiore, também em Roma — algo que não ocorria desde o falecimento do Papa Leão XIII, em 1903.
Trajetória de um papa reformista
Nascido em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina, Bergoglio era filho de imigrantes italianos. Antes da vida religiosa, formou-se técnico químico e foi professor de Literatura e Psicologia. Ingressou na Companhia de Jesus (jesuítas) e foi ordenado sacerdote em 1969. Após anos de dedicação e liderança eclesiástica, foi nomeado cardeal em 2001 pelo Papa João Paulo II.
Eleito papa em 13 de março de 2013, após a histórica renúncia de Bento XVI, Francisco se tornou o 266º sucessor de São Pedro. Assumiu o comando da Igreja Católica em um momento de crise, com escândalos de pedofilia e queda de fiéis. Com coragem e abertura ao diálogo, aproximou a Igreja de temas modernos como o meio ambiente, a crise migratória, a igualdade de gênero e os direitos LGBTQIA+.
Saúde frágil nos últimos meses
Em fevereiro, Francisco foi internado no hospital Agostino Gemelli com um quadro de bronquite severa. Após receber alta, permaneceu sob acompanhamento intensivo. Nos dias seguintes, apresentou dificuldade para discursar e pediu que auxiliares lessem suas mensagens. Em março, foi diagnosticado com uma infecção polimicrobiana, evoluindo para uma pneumonia bilateral, quadro considerado grave. Apesar da melhora momentânea e da alta hospitalar no dia 23 de março, sua saúde seguia debilitada.
Pontificado marcado por reformas e humanidade
O pontífice argentino escolheu seu nome em homenagem a São Francisco de Assis, protetor dos pobres. Seu lema, “Miserando atque eligendo” (“Olhou-o com misericórdia e o escolheu”), norteou um papado voltado ao acolhimento, à compaixão e à inclusão. Reformou a estrutura administrativa e financeira da Santa Sé, promoveu transparência no banco do Vaticano e incentivou um estilo de vida mais simples entre os clérigos.
Permitiu a bênção de casais do mesmo sexo, nomeou mulheres para cargos de destaque no Vaticano e abriu espaço para que elas participassem com direito a voto no Sínodo dos Bispos. No entanto, também enfrentou críticas por não autorizar a ordenação de mulheres ao sacerdócio e manter posicionamentos conservadores sobre o aborto e a eutanásia.
Voz crítica no cenário internacional
Francisco não se esquivou de temas políticos. Criticou líderes como Vladimir Putin, Benjamin Netanyahu e membros da União Europeia pela condução de crises humanitárias e conflitos armados. Em 2020, emocionou o mundo ao rezar sozinho na Praça São Pedro, deserta por causa da pandemia de Covid-19.
Ele defendia que a Igreja deveria ser um “hospital de campanha” e não um tribunal moral. Seu compromisso com os mais vulneráveis, os refugiados, os excluídos e os doentes rendeu-lhe respeito até entre agnósticos e não-crentes.
FAQ – Perguntas Frequentes
Qual foi a causa da morte do Papa Francisco?
O Vaticano não divulgou a causa exata, mas ele enfrentava complicações respiratórias graves e uma pneumonia bilateral.
Onde será o velório do Papa Francisco?
As cerimônias começam na Basílica de São João de Latrão e incluem ritos na Capela de Santa Marta, no Vaticano.
Onde o Papa Francisco será enterrado?
Francisco será sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma.
Quantos anos o Papa Francisco tinha?
Ele tinha 88 anos quando faleceu.
Qual foi a principal marca do papado de Francisco?
combate à pobreza, a reforma da Cúria e a aproximação da Igreja com temas contemporâneos foram as grandes marcas de seu pontificado.
Francisco renunciou ao papado?
Não. Apesar de especulações, ele permaneceu no cargo até sua morte.
