A dinâmica de mercado dos leilões de carros ganha um capítulo especial no Rio Grande do Sul. Mais especificamente em Nova Santa Rita, uma cidade na Região Metropolitana de Porto Alegre, onde recentemente um leilão destacou-se por vender veículos atingidos por enchentes.
A necessidade de desocupar os depósitos, lotados com cerca de 6 mil automóveis, moveu as empresas a agilizar os pregões. No total, cento e vinte veículos foram listados nesse primeiro evento especializado do estado, com 111 deles encontrando novos donos.
A natureza emergencial e os descontos atraíram uma gama de compradores, demonstrando o potencial desses pregões mesmo em circunstâncias adversas.
O que torna atraente comprar em leilões de carros sinistrados?
De acordo com declarações de participantes, a principal vantagem de adquirir um carro através de leilão é o preço.
Em geral, os veículos são leiloados por valor substancialmente inferior ao de mercado, por vezes ultrapassando 50% em descontos.
Bruno Manso de Siqueira, que arrematou um veículo no evento, enfatiza essa vertente económica como decisiva para sua escolha.
Como são preparados os veículos sinistrados para o leilão?
Liliamar Pestana Gomes, a leiloeira que coordenou o pregão, explicou que todos os carros passam por um processo rigoroso de higienização antes de serem colocados à venda.
Determinados procedimentos, como a troca de óleo e revisões gerais são executados para assegurar que, apesar das condições, os automóveis estejam nas melhores condições possíveis dentro do contexto.
De acordo com Liliamar, “os veículos são comercializados exatamente na condição em que se encontram”.
Essa política de transparência é essencial, permitindo que os compradores façam seu lance conhecendo claramente as condições do bem.
Qual a realidade dos profissionais do setor pós-enchente?
No entanto, apesar das oportunidades que surgem com os leilões, muitos profissionais que vivem do comércio e reparo de veículos usados enfrentam sérios desafios.
Rodrigo da Rosa, proprietário de uma oficina mecânica, conta como a enchente prejudicou gravemente seu negócio, submergindo sua oficina e 23 veículos.
Estima-se que cerca de 2.400 oficinas foram impactadas pela enchente, com 800 ainda fechadas.
A recuperação pós-desastre
Rodrigo mostra-se resiliente apesar das adversidades: “Acredito que levará cerca de quatro meses até que todos os carros estejam arrumados”.
Essa é a realidade de muitos empresários locais que estão lutando para recuperar seus meios de vida enquanto colaboram na restauração do setor.
Portanto, os leilões de veículos de enchente no Rio Grande do Sul representam uma mistura complexa de desafios e oportunidades.
Enquanto para alguns representam a chance de adquirir bons negócios, para outros simbolizam uma luta constante pela recuperação.
Por fim, independentemente da perspectiva, é evidente que o espírito de resiliência prevalece no coração dos gaúchos.
