Em uma recente troca de farpas virtuais, a renomada cantora Leci Brandão, aos 79 anos, se posicionou firmemente contra declarações polêmicas de Ed Motta sobre o hip-hop. conhecida não apenas por sua voz marcante no samba, mas também por sua atuação política, Leci mostrou que sua defesa das expressões culturais é fervorosa e abrangente.
Na sexta-feira (14), Ed Motta gerou polêmica ao declarar em uma transmissão ao vivo que “quem ouve hip-hop é burlo,” comentário que não passou despercebido e suscitou uma onda de reações nas redes sociais. Brandão, rápida em responder, utilizou seu Instagram para uma réplica contundente.

Leci Brandão rebate Ed Motta e defende fãs de hip hopReprodução/Instragram
Qual foi a resposta de Leci Brandão a Ed Motta?
Defendendo o hip-hop como um gênero musical de resistência e expressão de cultura preta, Leci Brandão destacou que desqualificar esse estilo é uma atitude elitista e de desrespeito. Em suas palavras: “Quem ouve hip-hop não é burro! Ouvir e fazer hip-hop é resistência.” Além disso, ela enfatizou que criticar o hip-hop mostra uma falta de entendimento sobre a cultura afrodescendente.
Leci Brandão: Madrinha do Rap Brasileiro
A ligação de Leci com o hip-hop vai além do apoio verbal; ela é um verdadeiro ícone dentro dessa comunidade. Apelidada de “madrinha do rap,” Leci possui uma história de colaborações e apoio a artistas do gênero. Nomes como Rappin’ Hood e Mano Brown já compartilharam microfones e palcos com ela, produzindo músicas que são verdadeiros hinos de resistência e afirmação cultural.
Em 2006, por exemplo, Leci e Mano Brown colaboraram na música “Deixa, Deixa”, um momento considerado emblemático na união entre o samba e o hip-hop. Brandão destacou: “O rap é o gênero musical que mais aborda a verdadeira realidade das periferias. Os MCs cantam verdades que a sociedade ignora, e isso incomoda.”
A Repercussão nas Redes Sociais
A declaração de Ed Motta não só causou indignação entre os fãs de hip-hop, mas também provocou um extenso debate sobre preconceitos dentro da própria comunidade artística. Muitos usaram as redes para lembrar que Ed Motta, que se autodeclara como parte da “raça mais sofisticada,” já colaborou com nomes proeminentes do rap nacional, revelando uma aparente contradição em suas palavras.
Entusiastas do gênero ressaltaram a importância do hip-hop na articulação de diálogos sociais e na expressão das lutas cotidianas das periferias. Além disso, a afirmação provocativa de Ed Motta foi amplamente refutada com exemplos de intelectuais e influenciadores culturais que valorizam e promovem o hip-hop.
Em resposta aos ataques, a comunidade do hip-hop se fortalece, mostrando que preconceitos e estereótipos ainda precisam ser combatidos, mas que a música segue como uma poderosa ferramenta de transformação e expressão. Leci Brandão, com sua postura de madrinha, continua a ser uma voz essencial nessa jornada de conscientização e defesa da cultura hip-hop.