O Conselho da Justiça Federal (CJF) liberou mais de R$ 1,7 bilhão para pagamentos de valores atrasados a aposentados que venceram ações judiciais contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Esses atrasados referem-se a Requisições de Pequeno Valor (RPVs), que são valores devidos de até 60 salários mínimos. O montante totaliza R$ 2,096 bilhões e abrange pagamentos para mais de 180 mil beneficiários.
A liberação desses recursos ocorre após a conclusão total dos processos, sem possibilidade de recurso. Os segurados devem consultar o site do Tribunal Regional Federal (TRF) da sua região para verificar se estão inclusos nos pagamentos deste lote. Informações como CPF, número do processo ou OAB do advogado são necessárias para a consulta.
O Que São RPVs e Como Funcionam?
As Requisições de Pequeno Valor (RPVs) são dívidas judiciais de até 60 salários mínimos pagas a beneficiários que venceram ações contra órgãos federais, como o INSS. Elas são características pela agilidade no pagamento, com prazo máximo de 60 dias após autorização judicial. Diferentemente dos precatórios, que superam esse valor e são pagos anualmente, as RPVs oferecem uma resolução financeira mais imediata para os credores.
No contexto do INSS, os atrasados podem resultar de revisões de benefícios ou concessões iniciais que foram mal calculadas ou erroneamente negadas. Benefícios como auxílio-doença, aposentadorias e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) estão entre as demandas comuns nas ações judiciais que geram RPVs.
Como o Beneficiário Pode Consultar seu Pagamento?
Para saber se estão incluídos nos lotes de pagamento, os aposentados devem acessar o site do TRF correspondente à sua região. Em estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul, por exemplo, a consulta é feita pelo TRF da 3ª Região. As informações necessárias para o acesso incluem CPF, número do processo ou, alternativamente, a inscrição na OAB do advogado responsável pelo caso.
Após o acesso ao site, o beneficiário pode verificar se há RPVs ou precatórios pendentes em seu nome. Esta verificação é essencial para acompanhamento do processo e posterior recebimento dos valores, que são depositados em contas abertas especificamente para esse fim nos bancos como a Caixa Econômica Federal ou o Banco do Brasil.
Distribuição Regional dos Pagamentos
Os valores liberados são distribuídos entre os Tribunais Regionais Federais (TRFs) de acordo com a jurisdição e quantidade de processos. A seguir, uma visão geral da alocação financeira por TRF:
- TRF da 1ª Região: R$ 805,6 milhões (DF, GO, TO, MT, BA, PI, MA, PA, AM, AC, RR, RO, AP)
- TRF da 2ª Região: R$ 159,6 milhões (RJ, ES)
- TRF da 3ª Região: R$ 286 milhões (SP, MS)
- TRF da 4ª Região: R$ 334,1 milhões (RS, PR, SC)
- TRF da 5ª Região: R$ 294,8 milhões (PE, CE, AL, SE, RN, PB)
- TRF da 6ª Região: R$ 215,8 milhões (MG)
Essa distribuição leva em consideração a quantidade de processos por região e o total de beneficiários envolvidos. Cada tribunal segue seu cronograma para a organização e efetivação dos depósitos aos destinatários finais.
Qual a Importância do Pagamento de Atrasados?
Os pagamentos de atrasados desempenham um papel crucial na vida dos aposentados e segurados que recorreram judicialmente para garantir seus direitos previdenciários. Esses valores corrigem discrepâncias nos pagamentos originais ou reconhecem direitos que não foram adequadamente atendidos em um primeiro momento. A liberação de atrasados possibilita não apenas o alívio financeiro dos beneficiários, mas também assegura o cumprimento da legislação previdenciária de maneira justa e equitativa.
O pagamento das RPVs é mais uma etapa no esforço contínuo para garantir que todos os processos previdenciários sejam tratados com a atenção e a justiça que merecem. Este procedimento é uma afirmação da capacidade do sistema judiciário de concretizar direitos e corrigir injustiças na administração pública.

