Em um projeto inovador envolvendo o University College London, o Wellcome Sanger Institute e o Imperial College London, voluntários saudáveis e não vacinados participaram do primeiro estudo de desafio controlado sobre o COVID-19.
Este estudo único propôs-se a entender, com precisão, como diferentes organismos respondem ao serem expostos ao SARS-CoV-2.
Recentemente publicados, os resultados oferecem insights fundamentais para o enfrentamento de futuras pandemias.
Quem não tinham histórico prévio da doença, recebeu o vírus por meio de um método bastante preciso. Foi usado um spray nasal contendo uma dose mínima do vírus original.
Durante o estudo, esses voluntários foram meticulosamente monitorados em ambiente de quarentena. Dessa forma, com testes frequentes e coleta contínua de amostras, garantindo rigor e segurança do processo.
Dinâmica do SARS-CoV-2 em Exposição Controlada

De acordo com os dados da pesquisa divulgados pela revista Nature, as amostras biológicas dos participantes permitiram uma análise detalhada de como o vírus se comporta desde o momento da infecção.
A tecnologia de sequenciamento de célula única utilizada pelos pesquisadores foi fundamental para acompanhar a evolução do vírus e entender as variáveis que influenciam a resposta imunológica dos indivíduos.
Como o Corpo Responde ao SARS-CoV-2?
A análise identificou três grupos distintos de resposta ao vírus.
O primeiro, denominado “grupo de infecção sustentada”, incluiu aqueles que desenvolveram sintomas leves de COVID-19 e tiveram testes positivos por vários dias.
Um segundo grupo, chamado “grupo de infecção transitória”, apresentou uma resposta rápida do sistema imunológico, com testes positivos ocasionais, mas sem desenvolvimento de sintomas proeminentes.
Já o terceiro grupo, “grupo de infecção abortada”, não apresentou testes positivos nem sintomas, indicando uma forte capacidade de combate ao vírus desde o início.
Qual a Importância dos Achados do Estudo sobre a Covid-19?
Portanto, este estudo é um marco no entendimento da resposta imunológica ao COVID-19.
A resposta rápida observada em alguns voluntários, antes mesmo de detectada nos testes de nariz, sugere que o organismo pode iniciar uma defesa eficaz muito antes do que se assumia.
Além disso, o estudo destacou a existência de um gene protetor, HLA-DQA2, que mostrou-se fundamental na prevenção da infecção em alguns indivíduos.
Essas descobertas são valiosas para o desenvolvimento futuro de tratamentos e vacinas.
Comparar a resposta de indivíduos não expostos anteriormente com aqueles que já possuem algum grau de imunidade poderá revelar novas estratégias para fortalecer a resposta imunológica antes da exposição ao vírus.
Assim, o estudo contribui não apenas para o combate à COVID-19, mas também para a preparação contra futuras pandemias.
Marko Nikolic e Kaylee Worlock, ambos pesquisadores envolvidos no estudo, enfatizam a importância dessas descobertas e o potencial para melhorar protocolos de saúde pública em todo o mundo.
Dessa forma, a esperança é que, com estudos como este, possamos estar melhor preparados para enfrentar desafios semelhantes no futuro.