A suspensão de um aumento consideravelmente alto em um plano de saúde trouxe alívio para Henrique Manuel Morgado, bancário aposentado de 72 anos. Após uma revisão do processo de reajuste, a empresa QV Saúde, que gerencia a carteira coletiva onde o idoso está incluído, suspendeu o incremento de 300% que faria a mensalidade saltar de R$ 2.761 para impressionantes R$ 11.062.
Este ajuste repentino veio em um período crítico para Henrique, que está lutando contra um câncer agressivo. Com a doença afetando diversos órgãos e em meio a tratamentos intensos, enfrentar um aumento no custo de seu plano de saúde seria uma dificuldade insustentável. A situação foi destacada pela mídia local e, em resposta às repercussões, o reajuste foi revisado.
O aposentado conta que no ano passado o reajuste do contrato foi de 52% — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
Como ocorreu a suspensão do reajuste?
Após a reivindicação de Henrique e uma cobertura jornalística detalhada, a operadora Unimed-Ferj, responsável pelo plano, informou à administradora QV Saúde que o aumento prévio não seria mais aplicado. Em um desfecho que trouxe alívio significativo a Morgado, a cobrança extra foi retirada e o valor do plano voltou ao anterior.
Poderia esse reajuste afetar outros consumidores?
Na realidade, esse tipo de reajuste não só impacta de forma severa as finanças do consumidor como principalmente aqueles que se encontram em tratamento médico contínuo. Discussões e críticas frequentes envolvem a falta de transparência em tais reajustes e o impacto direto na qualidade de vida dos usuários.
Repercussões e medidas judiciais
Antes mesmo desse recente incidente, Henrique já havia enfrentado outros aumentos. Em 2023, o contrato havia pulado de R$ 1.816 para R$ 2.761, um aumento de 52%. Sem esclarecimentos suficientes por parte da operadora, ele buscou a justiça para tentar reverter essa elevação exorbitante. A decisão da primeira instância não foi favorável, contudo, Henrique e seus advogados decidiram recorrer e aguardam uma nova avaliação.
- Aumentos anteriores: Discussão sobre o histórico de reajustes no contrato de Henrique.
- Medidas judiciais: Detalhes das ações legais tomadas por ele e seus representantes.
- Impacto do reajuste: Análise sobre como esses aumentos afetam a vida dos consumidores, especialmente os que estão em tratamento médico.
Avaliação por especialistas
Segundo Marina Magalhães, pesquisadora do programa de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), um reajuste de 300% é considerado abusivo em qualquer cenário, algo que reflete um sistema que necessita de maior regulamentação, especialmente em contratos coletivos como o de Henrique. Eduardo Tostes, coordenador do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon), também reforça que as práticas de reajustes elevados são frequentes e altamente prejudiciais aos consumidores.
Essa revisão de reajuste não apenas aliviou a situação financeira de Henrique, como também levantou importantes questões sobre a regulamentação e transparência necessárias no gerenciamento de planos de saúde coletivos. A luta de Henrique destaca a importância de vigilância e defesa dos direitos do consumidor em face de ajustes abusivos e potencialmente devastadores.